45 | I Série - Número: 092 | 8 de Junho de 2007
blemas das famílias portuguesas, tal como não foi um qualquer relatório da Comissão Europeia sobre a evolução do poder de compra em Portugal.
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Já trazia o discurso escrito!
O Orador: — O que verdadeiramente esteve na origem desta interpelação foi apenas, e mais uma vez, a tentativa de aproveitar um título de jornal para dizer mal do Governo. Em bom rigor não passou disso.
Foi, portanto, todo um estilo de oposição em jeito de revista de imprensa que aqui, de novo, se confirmou e que a intervenção final do Sr. Deputado Diogo Feio, mais do que qualquer outra coisa, aqui sublinhou.
Convenhamos: o título que tanto interessou a bancada do CDS só podia ser sedutor para a insustentável leveza de uma oposição à procura de assunto. Dizia o jornal, que todos lemos, «Poder de compra dos portugueses registou a maior quebra dos últimos 22 anos em 2006.» Pode lá resistir-se, estando na oposição, a um título destes!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Agora o Governo está contra a imprensa?!
O Orador: — Como vem sendo hábito, lido o título, o CDS achou que o dia estava ganho, que não era preciso saber mais nada e que estava encontrado um mote para uma série de truques parlamentares de efeito mínimo garantido.
E aqui os tivemos, a verdade é essa. Com sucesso escasso, também é verdade. E a tentativa que o CDS fez em todas e cada uma das suas intervenções ao longo deste debate para divergir do tema escolhido para o tema das SCUT ou para o tema da Ota prova, mais do que qualquer outra coisa, a procura de um outro tema com apelo mediático, porventura capaz de ter maior sucesso junto da comunicação social. Mas, ao fazê-lo, confirmaram exactamente o fracasso dos objectivos visados com esta interpelação.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Orador: — Mas, Srs. Deputados, foi justamente porque este debate revelou em toda a sua extensão a insustentável leveza da oposição do CDS que esta interpelação acabou por correr francamente mal ao partido interpelante. E todos sabemos porquê.
Tivesse o CDS pretendido fazer uma análise minimamente séria da situação dos portugueses e das suas famílias e teria trazido aqui forçosamente e por sua própria iniciativa aquele que é, nesta matéria, o dado mais importante de todos: o que indica a evolução do rendimento disponível dos portugueses. Estranha e reveladora omissão!…
Aplausos do PS.
Porque, Srs. Deputados, há algo que toda a gente compreende: obviamente, não é possível discutir a evolução do poder de compra sem saber quanto é que, em termos médios, cada um tem para gastar ou para comprar,…
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — E para poupar, já agora!
O Orador: — … como é que, afinal de contas, evolui o rendimento disponível.
De forma que há uma questão muito simples, muito directa e que perseguiu o CDS ao longo de todo o debate: por que razão misteriosa terá pretendido o CDS discutir aqui o poder de compra em Portugal ignorando o indicador sobre o rendimento disponível dos portugueses?
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Que é uma «maravilha»…!
O Orador: — É que isso não faz qualquer sentido! Dito de outra maneira, porventura mais simples, por que razão tentou o CDS fazer aqui esse estranho debate em que seria suposto o Parlamento discutir o poder de compra em Portugal sem considerar o mais importante indicador sobre o poder de compra dos portugueses? Ora, Srs. Deputados, o próprio debate se encarregou de desfazer este mistério. A explicação é evidente e é só uma: porque a verdade não convém ao CDS.
Aplausos do PS.
O que dizem as informações disponíveis? Que o rendimento disponível dos portugueses, que considera não apenas os salários — de facto, em termos de salários vivemos um momento de contenção — mas