9 | I Série - Número: 101 | 5 de Julho de 2007
possível que a avaliação, além de Português e de Matemática, contenha algo que, em termos contemporâneos, é essencial, ou seja, a avaliação de conhecimentos na língua estrangeira de uso universal, que é o inglês.
Em terceiro lugar, consideramos que nesse sistema, gradual e progressivo, no 9.º ano, para além das provas de Português e de Matemática, os alunos devem ser avaliados em Inglês — repito, língua de uso universal, ferramenta sem a qual não é possível, em economia aberta, preparar competentemente um jovem para a vida profissional — e em História.
Não escapa a ninguém a enorme dificuldade que um sistema de ensino que desvalorizou completamente a memorização provoca em jovens, que têm dificuldade em localizar os factos e as ideias no tempo histórico, e isso não é bom nem para a cultura nem para o espírito crítico de um país.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Muito bem!
O Orador: — Em quarto lugar, consideramos que o valor dos exames na avaliação deve ser crescente e progressivo, sem substituir, evidentemente, a importância que também tem a avaliação contínua.
Em quinto lugar, apelamos a que se reflicta para uma certa revalorização da oralidade e das chamadas provas orais, se necessário. Não é possível avaliar o conhecimento numa língua, seja em português seja numa língua estrangeira, sem que isso implique a forma de comunicação, sem que isso implique a forma de expressão oral.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Orador: — E este sistema esqueceu deliberadamente a oralidade.
Em sexto lugar, gostaria também de apelar à reflexão. Independentemente dos governos, mas sobretudo para conseguir corrigir erros e imperfeições, é preciso rever e melhorar o sistema de produção de exames em Portugal.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Muito bem!
O Orador: — Não gostaria que o País ficasse com a impressão de que a capacidade de escrutínio do Ministério da Educação se dirige hoje preferencialmente a algum professor que tenha uma opinião diferente da Sr.ª Ministra da Educação ou sobre o Sr. Primeiro-Ministro.
O grau de exigência do Ministério da Educação quanto à produção de exames e à existência de erros nos exames tem de ser elevado, não pode ser condescendente.
Não podemos, ou não devemos, a nosso ver, continuar a ter aquilo que alguns consideram ser, essencialmente, um sistema de exames de autor. Para isso é necessário, garantindo qualidade científica e confidencialidade, que são dois valores óbvios do sistema, ou ter mais controlo sobre os exames formulados ou apontar para um sistema, que se pratica noutros países, constituído a partir de um banco de perguntas, de questões, que vai sendo aperfeiçoado, testado e a partir do qual são formatados os exames.
O que não é possível continuar a acontecer é que os exames vejam a sua credibilidade afectada por erros que são evitáveis e por erros que, a acontecer, têm de ter consequências.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Orador: — Sr.as e Srs. Deputados, trazemos a debate estas bases de trabalho porque entendemos que estamos a contribuir para um sistema de ensino melhor. Não se trata de um passo atrás, trata-se de uma reflexão sobre o presente e de dar um passo em frente, como outros já foram dados.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Orador: — Queremos alunos mais preparados, estudantes mais responsáveis, uma cultura de rigor e de exigência que sirva a preparação para a vida activa e queremos conhecimentos mais densos e mais seguros, proporcionados pela escola em Portugal.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Inscreveram-se dois Srs. Deputados para pedir esclarecimentos.
Em primeiro lugar, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Barros.
A Sr.ª Paula Barros (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Portas, com a sua intervenção de apresentação do projecto de resolução n.º 219/X, e durante a qual fez um conjunto de considerandos em torno dos problemas que efectivamente enfrentamos na realidade da educação em Portugal, acaba por nos sur-