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23 | I Série - Número: 107 | 19 de Julho de 2007

cidade, uma campanha inovadora e que marcou pela introdução de temas novos e de ideias novas, uma campanha elevada, em que não houve ataques políticos de parte a parte, uma campanha onde, acima de tudo, se alertou para os perigos da falta de representação e da instabilidade que esta eleição poderia continuar a provocar ou vir até a agravar. E, senão, Sr. Deputado, vejamos: o Sr. Deputado, da tribuna, falava da mudança, de um novo rumo para Lisboa, mas a verdade é que o novo Presidente da Câmara está a três vereadores da maioria, a verdade é que o Sr. Presidente da Câmara não tem sequer uma maioria na Assembleia Municipal.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É verdade!

O Orador: — Portanto, percebi, perfeitamente, quando o Sr. Deputado disse «Boa sorte! Boa sorte, António Costa!», porque — verdade seja dita! — ele vai precisar dela.
A questão muito concreta que lhe quero colocar, Sr. Deputado, prende-se com o seguinte: com quem é que o Partido Socialista vai estabelecer entendimentos para assegurar a estabilidade da governação da Câmara, ao longo destes dois anos? Com quem é que vai fazer acordos?

Protestos do PS.

Esta é uma matéria que, trazida a este Plenário, merece uma resposta.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Miranda Calha, sim, é um facto que foi o PS que ganhou as eleições, que foi o partido mais votado, nas eleições para a Câmara de Lisboa, mas também é um facto que a CDU teve um resultado positivo.

Protestos do Deputado do PS Ricardo Gonçalves.

Num quadro de dispersão da eleição de vereadores, a CDU manteve os seus dois vereadores e um resultado ao nível dos 10%. E também é verdade que houve uma profunda derrota da direita, certamente pela política que, ao longo dos últimos anos, impôs na cidade de Lisboa.
Agora, Sr. Deputado Miranda Calha, há uma coisa que deve ficar clara: foi o PS, e não o PCP ou outra força política, que procurou usar estas eleições para fins nacionais.

Protestos de Deputados do PS.

Foi o PS que quis fazer destas eleições — e isto vê-se na própria candidatura apresentada — uma espécie de relegitimação de uma credibilidade política nacional, que deixou de ter, em virtude das políticas negativas que o Governo do Partido Socialista está a desenvolver, para desastre do País e da vida da maioria dos portugueses. Foi o PS que quis isto! Foi o PS que procurou obter este fim, mas não o conseguiu, porque o resultado obtido, Sr. Deputado Miranda Calha, é uma espécie de vitória de Pirro.

Protestos de Deputados do PS.

Mais uma vitória como esta e o PS está perdido!…

Protestos de Deputados do PS.

Um resultado que elege um presidente de câmara com a mais baixa percentagem de sempre na história da Câmara Municipal de Lisboa, um resultado em que o PS pede a maioria absoluta e tem menos de 30% dos votos, um resultado em que o PS, tendo tido 42,5% dos votos, nas eleições legislativas, na cidade de Lisboa, se vê reduzido a menos de 30% dos votos, nestas eleições autárquicas, não é para euforias.
Portanto, Sr. Deputado Miranda Calha, um pouco de calma na euforia com que os senhores pretendem abordar este resultado, porque, para além de não terem tido a vitória que gostavam de ter, para legitimar a vossa política nacional é um resultado que os deve fazer pensar, dado que reflecte os compromissos que assumiram, localmente, em Lisboa, tantas vezes, nos últimos anos, com a política da direita na presidência da Câmara e também a falta de credibilidade, a contestação e a rejeição das políticas que o PS desenvolve a nível nacional. São esses compromissos, a nível local e a nível nacional, com a política de direita que levam a que, mesmo nesta situação, mesmo na dispersão dos votos e na crise profunda da direita, o PS não consiga chegar, sequer, aos 30% na eleição para a Câmara de Lisboa.