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16 | I Série - Número: 008 | 6 de Outubro de 2007

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Para terminar, Sr. Presidente, peço-lhe uma tolerância de meio minuto.

O Sr. Presidente: — Um quarto de minuto, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Agradeço-lhe, Sr. Presidente.
Relativamente às insinuações que o Sr. Deputado fez quanto ao que os socialistas entregam ou poderiam vir a entregar aos filhos. Sr. Deputado, a bem da vida parlamentar, agradeço-lhe, sinceramente, que se abstenha desses comentários — não lhe ficam bem!! O Sr. Deputado não sabe o que é que os socialistas entregam ou deixam de entregar aos filhos.

Aplausos do PS.

Mas também é bom que o Sr. Deputado, de uma vez por todas,…

O Sr. Presidente: — Tem mesmo de concluir, Sr.ª Deputada. Há muito que terminou o seu tempo.

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — … saiba que esta é uma matéria que nos divide, divide a direita da esquerda, e não vale a pena continuarmos a fazer de conta que estamos todos do mesmo lado. Não estamos!! Obrigada pela tolerância, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Sr. Presidente, começo por lhe dizer, Sr.ª Deputada Maria Antónia, que pensei que estávamos do mesmo lado, quando todos tínhamos a intenção de combater os fenómenos da droga e da toxicodependência. Pelos vistos, não estamos.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Eu compreendo, até porque relativamente ao Dr. João Goulão não é uma invenção de hoje, como a Sr.ª Deputada bem sabe. O actual Primeiro-Ministro, Eng.º José Sócrates — à data, suponho que ainda não era engenheiro —,…

O Sr. José Junqueiro (PS): — Que baixeza!

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — … era o Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro e para a toxicodependência, quando o Dr. João Goulão foi nomeado para a comissão para que foi, defendendo o que já hoje está a ser implementado.
Agora o que a Sr.ª Deputada devia ter explicado, e infelizmente não o fez, era se, na base desta presidência do Instituto da Droga e da Toxicodependência, uma associação privada, a Ares do Pinhal, dirigida por um altíssimo quadro desse Instituto, recebeu, só em 2006, 1,5 milhões de euros, dos quais 75% foram gastos em remunerações. Isto com duas consequências: a de ser o Estado que está a pagar a estrutura orgânica de uma associação privada e a de não se saber onde é que vai parar o remanescente. É porque quando sabemos que a metadona é fornecida pelo Estado, que os equipamentos são públicos, logo, que a despesa da Associação é praticamente coisa nenhuma, em que é que é gasto o resto, Sr.ª Deputada? Saber se, por exemplo, de facto esse gabinete móvel, essa carrinha que distribui os tais kits e que trabalha dois dias e uma tarde justifica um pagamento de mais de 800 contos por pessoa, sendo que são três… Sr.ª Deputada acha que isto faz algum sentido? É assim que o Partido Socialista combate o défice…

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — «Boa» gestão…!

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — … e trata da boa gestão das verbas públicas? Sr.ª Deputada, ou saber como é que é possível o presidente do IDT manter isto, a ser verdade a notícia, depois de o respectivo gabinete financeiro lhe ter comunicado irregularidades — olhe, as tais irregularidades de facturas com o pagamento de portagens para o Algarve, de máquinas fotográficas —, para além do facto de acumularem vencimentos, em termos que diriam ilegais, e de receberem vencimentos muito acima das tabelas da Administração Pública! Isso é que a Sr.ª Deputada devia explicar, porque isso é que não seria um exercício de retórica e de demagogia!! Para terminar, porque não tenho mais tempo, Sr.ª Deputada, em relação àquilo que me disse, a propósito