19 | I Série - Número: 018 | 29 de Novembro de 2007
167 000 postos de trabalho, os quais, seguramente, não foram contabilizados nesta engenharia estatística do Sr. Primeiro-Ministro e põem em causa, infelizmente, o cenário cor-de-rosa da propaganda oficial.
Aliás, as estatísticas do INE não deixam lugar a dúvidas: a taxa de desemprego estimada, no 3.º trimestre de 2007, foi de 7,9% — mais 0,5% do que no mesmo período de 2006 — , sendo a taxa de desemprego das mulheres superior mesmo a 9%.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os exemplos de falta de correspondência entre a propaganda socialista, a realidade e os casos de trapalhada no Governo estão a multiplicar-se a um ritmo preocupante. É caso para dizer que qualquer semelhança entre a visão do Governo e a realidade do País é mera coincidência.
Mas, Sr.as e Srs. Deputados, vamos a alguns exemplos.
O Inspector-Geral da Administração Interna diz publicamente que «há muita impertinência e muita intolerància por parte da polícia«, acrescentando que «há por aí muita ‘coboiada’ de filme americano na mentalidade de alguns polícias».
O Sr. Presidente: — Faça favor de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Helena Lopes da Costa (PSD): — Ou seja, para o Inspector-Geral da Administração Interna, a polícia portuguesa é incompetente.
Se tudo isto não fosse grave, fazia lembrar as tristes palavras do Dr. Alberto Costa, quando este afirmava, na altura em que era Ministro da Administração Interna, que «esta não é a minha polícia».
Mas há mais: o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais resolveu, na semana passada, acusar as empresas portuguesas de maior dimensão de cometerem fraude fiscal e branqueamento de capitais. Isto é, além do mais, passar um atestado de desconfiança e de incompetência à administração fiscal e ao próprio partido, que governa há quase três anos.
Mas, depois das declarações do Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, vou apenas referir um terceiro exemplo, que tem a ver com as verbas que foram referidas pelo Sr. Ministro da Saúde e tudo aquilo que nos foi enviado pelo Tribunal de Contas.
O Tribunal de Contas informou o Parlamento de que o montante total das dívidas do Serviço Nacional de Saõde aos respectivos fornecedores era,»
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Helena Lopes da Costa (PSD): — » em Dezembro de 2006, de 2214 milhões de euros, mais de um quarto do orçamento anual do Serviço Nacional de Saúde.
Este Relatório, apresentado à Assembleia da República em pleno debate orçamental, põe directamente em causa a fiabilidade das contas da saúde.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Para terminar, os portugueses vivem cada vez pior. O País está doente. O Estado continua «gordo e anafado», aparentemente sem vaga para uma cirurgia de banda gástrica e absorvendo mais de metade da riqueza nacional. E o Governo socialista está e continuará desarticulado,»
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, tem de concluir.
A Sr.ª Helena Lopes da Costa (PSD): — » quando as suas políticas e resultados são permanentemente postos em causa por entidades independentes, sejam estas nacionais ou estrangeiras.
Perante esta realidade, resta esperar que o Partido Socialista venha a engrossar, em 2009, a crescente lista de desempregados, a bem da esperança e do futuro dos portugueses.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Ainda para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Agostinho Lopes.
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A Conferência Nacional do PCP sobre Questões Económicas e Sociais, realizada no fim-de-semana, no Seixal, procedeu a uma profunda análise sobre a realidade do País.