22 | I Série - Número: 028 | 20 de Dezembro de 2007
O Sr. Jorge Strecht (PS): — E a verdade é que o papel do Governo aqui é de mediação, como é evidente.
Os acordos fazem-se entre os parceiros, mas o senhor não pode, nem deve, descartar o papel do mediador. O mediador tem aqui uma importância significativa.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Para os senhores é o único que tem importância!
O Sr. Jorge Strecht (PS): — E, portanto, um acordo destes honra todos os participantes.
Os senhores não foram capazes de o fazer. Bom, o que havemos de fazer? É a vida!… Não pode é desvalorizar o facto de agora ter sido possível fazê-lo.
A Sr.ª Helena Terra (PS): — Muito bem!
O Sr. Jorge Strecht (PS): — E a verdade é que se o acordo é entre os parceiros é porque estes reconhecem — e respondo já também ao Sr. Deputado Bernardino Soares — que o País, o estado da sua economia e o seu nível de emprego, provavelmente, não podem ir mais longe do que foram. Ora, salvo o devido respeito por melhor opinião, prefiro aceitar como boa a solução mediada pelo Governo e que os parceiros, sem excepção, reconheceram, em vez do vosso desejo escatológico de um futuro que há-de vir e que só Deus sabe quando virá. Mas quando, no passado histórico recente, tiveram nas vossas mãos a guia do processo, afinal, não chegaram a bom porto.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jorge Strecht, este debate acerca do salário mínimo é realmente mais para a esquerda do que para a direita. Aliás, a prática da direita governamental oposicionista é sempre de desvalorização do salário mínimo nacional. Creio até que devemos desvalorizar muito a posição do CDS, pois ainda esta semana um responsável da juventude do CDS veio exigir a abolição do salário mínimo nacional,…
Vozes do PS: — Bem lembrado!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Exactamente!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — … tido como um entrave ao funcionamento da economia, etc.
Portanto, essa filosofia liberal é de toda a direita, esse é um debate que não conta para este lado.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Chama-se liberdade de expressão! Sei que faz confusão ao Bloco de Esquerda!…
O Sr. Luís Fazenda (BE): — O que conta verdadeiramente, Sr. Deputado Jorge Strecht, é saber, face às pressões das confederações patronais, exactamente qual foi o termo da negociação do Governo do PS.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora bem!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — É que não sabemos exactamente aquilo que foi negociado e era importante que a «factura» tivesse sido hoje disponibilizada aos Deputados, na sua intervenção. Virá ela pela Comissão do Livro Branco das Relações Laborais? Há alterações ao nível dos horários para o sector do comércio? Há alterações na política de subsídios? O que é que se passou, afinal? Pura e simplesmente, as confederações empresariais abdicaram das exigências que faziam pelos «lindos olhos» do Governo do Partido Socialista? Não é credível! Não é crível, sequer! Portanto, creio que o Sr. Deputado nos deve mais algumas explicações políticas sobre a atitude do Governo do Partido Socialista. Isto para podermos entender a firmeza do Partido Socialista, do seu Governo, em relação às exigências das confederações empresariais e sabermos o que podemos esperar ou não de acordos que tenham ficado um pouco na obscuridade, embora tenham permitido a notável elevação da sua intervenção de final de ano.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Arménio