16 | I Série - Número: 032 | 10 de Janeiro de 2008
relação a vários pontos da sua política faça o que fez hoje de manhã, desautorizando o Secretário de Estado que ontem deu aquela explicação «extraordinária» de que não se pagavam os retroactivos todos de uma vez para os reformados não gastarem o dinheiro todo logo em Janeiro.
Risos do PSD.
O meu partido nunca exigiu a demissão de um membro do Governo, mas um membro do Governo que faz afirmações deste tipo continuar em funções é algo de absolutamente inconcebível.
Sr. Primeiro-Ministro, antes de terminar, vamos aos indicadores do INE. Ouvir o Sr. Ministro de Estado e das Finanças no Domingo — julgo que ainda estavam na dúvida sobre se sim ou não ao referendo… — fazer uma conferência de imprensa, em que nunca mais vinha o que é que queria dizer, e não se falar dos indicadores sobre o rendimento disponível das poupanças, sobre a confiança dos consumidores, sobre a apreciação da situação financeira das famílias… Sabe para onde é que foram esses números?... Não foram para o tal 1.º trimestre de 2005, nem para 2004..., nem para 1997…, para Outubro de 2003…, números piores do que nesse trimestre de que gosta tanto de falar…!! Ou seja: os números contrastam em absoluto com a «mensagem de Natal cor-de-rosa» e com a declaração do Sr. Ministro das Finanças… Eu nunca ouvi o Sr. Ministro das Finanças dizer assim: «O País está a crescer. Quanto ainda não sabemos bem, mas mais do que nós prevíamos.» Nunca ouvi e, por isso, digo-lhe, Sr. Primeiro-Ministro: faça o que fez hoje em relação às reformas.
Eu não me importo de usar alguns plebeísmos desde que respeitadores. Por isso devo dizer-lhe: foi porreiro, pá!, acabou! Agora estamos de volta à realidade.
E, de volta à realidade, Sr. Primeiro-Ministro, quero dizer-lhe o seguinte: o País nada tem a ganhar com um Governo que «perdeu o pé» e que perdeu a noção da realidade em que Portugal se encontra.
Protestos do PS.
Por isso, devo dizer-lhe: esperam-no tempos árduos. Nós não vamos pelo caminho do populismo, mas peço-lhe para não fechar centros de saúde da maneira como tem feito, sem testar o funcionamento, a eficácia de alternativas, que é a posição do nosso partido,…
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe que conclua.
O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — … e sem olhar à realidade dos mais desfavorecidos e dos mais desprotegidos. Seja de uma maneira diferente: seja compreensivo com os que são fracos e seja forte com os que são fortes! Talvez nessa altura o País comece a ter mais esperança no seu futuro do que aquela que tem, infelizmente, hoje em dia.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Santana Lopes, esta sua última intervenção é bem reveladora: o Sr. Deputado Pedro Santana Lopes ainda acha que o Dr. Faria de Oliveira…
O Sr. Patinha Antão (PSD): — Engenheiro!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … foi escolhido com base num critério partidário. Isto é apenas um insulto ao Eng.º Faria de Oliveira, que foi escolhido pelo Governo com base na sua competência, com base no seu curriculum e com base nas suas qualidades, que mereciam muito maior consideração do partido a que pertence.
Esta escolha não é partidária, Sr. Deputado! O Sr. Deputado é que sofre de uma «partidarite aguda»! O seu partido é que vive disso, de meter politiquice em tudo! Esta escolha foi marcada pela competência!
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado pede-me: vamos aos indicadores económicos. Ó Sr. Deputado, não tenho maior gosto! Uma coisa lhe posso dizer: vamos fechar o ano de 2007 com o défice orçamental abaixo dos 3%.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Outra vez?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sabe o que isso significa, Sr. Deputado? Significa vencer a crise orçamental,…