45 | I Série - Número: 034 | 12 de Janeiro de 2008
O Sr. João Oliveira (PCP): — O Governo!
O Sr. Bravo Nico (PS): — A oposição! A oposição, reunida em dois autocarros,…
Risos.
… em contramão, em rota de colisão com o futuro do País, com a esperança das pessoas e com o desenvolvimento de Portugal.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Tem a palavra a Sr.ª Ministra da Educação.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — A Sr.ª Ministra fala só agora para que não lhe possam ser feitas perguntas!…
A Sr.ª Ministra da Educação (Maria de Lurdes Rodrigues): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O programa Novas Oportunidades é herdeiro e tributário de outros programas, através dos quais o País tem procurado ou procurou responder ao problema do défice de qualificação.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — E de quem é a responsabilidade desse défice?!
A Sr.ª Ministra da Educação: — Este défice tem razões históricas, já que milhares de portugueses não tiveram, no seu tempo, oportunidade de acesso à escola. Para alguns, a escola significou a 4.ª classe, para outros a 6.ª classe e, durante muitos anos, para milhares de portugueses, a escola a que tiveram direito foi uma escola escassa, limitada e reduzida.
Mas este défice tem ainda uma justificação no insucesso e no abandono precoce dos últimos 20 anos.
Razões socioeconómicas, e também razões de inadequação das ofertas formativas às expectativas de formação dos jovens e das suas famílias, implicaram, para milhares de jovens, estratégias de entrada precoce no mercado de trabalho mais ou menos desqualificado.
Existem, no mercado de trabalho — lembro este número —, mais de 500 000 jovens com menos de 24 anos, sem qualificação de nível secundário, e costumo dizer que não são apenas filhos do 25 de Abril, são já filhos da reforma do ensino básico.
Há muito que o défice de qualificação e as suas causas são por todos conhecidos, mas também o País ainda não tinha encontrado a resposta adequada à dimensão e à natureza do problema.
Relembro que o nosso problema tem a dimensão de 2,5 milhões de activos, repito, 2,5 milhões, de todas as idades e com diferentes pontos de partida. A resposta que este Governo encontrou tem, na minha opinião, duas características.
Em primeiro lugar, é uma resposta de proximidade e individualizada, é uma resposta que procura chegar aos adultos e à especificidade das suas necessidades de formação.
É uma resposta de proximidade, porque a rede de centros é uma rede capilar e o nosso objectivo é o de chegar a todos em proximidade territorial.
O Sr. Alberto Martins (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Ministra da Educação: — É uma resposta de proximidade, porque oferece formações à medida das necessidades que os adultos sentem e não desajustadas dessas necessidades.
É uma resposta de proximidade, porque aposta na diversidade das respostas formativas e de certificação.
São, hoje, oferecidas aos adultos que se apresentam nos centros Novas Oportunidades a possibilidade de fazer exames, a possibilidade de ter equivalência a disciplinas efectuadas. São múltiplos os instrumentos de que os centros dispõem para reconhecer e certificar as competências dos adultos.
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Ministra da Educação: — Mas a resposta que o Governo organizou tem ainda uma outra característica: a da mobilização de todos os agentes. A resposta que organizámos conta com todos, reconhecendo que todos somos poucos para enfrentar este desafio — conta com escolas, com centros de formação, com professores, com formadores, com as empresas e instituições empregadoras.
Aplausos do PS.
O primeiro teste à nossa resposta passou. O primeiro teste à resposta que organizámos está na adesão.
Em primeiro lugar, a adesão de milhares de adultos que vêem na resposta organizada por este Governo