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38 | I Série - Número: 051 | 22 de Fevereiro de 2008

em média, cinco pessoas por hora. Ora, não é fácil a uma economia como a nossa, partindo do ponto em que estava, conseguir gerar postos de trabalho líquidos que absorvam todo este crescimento da população activa.
Mas está-se quase a chegar lá.
E o caminho faz-se, como? Passando da redução líquida de postos de trabalho para a criação líquida de postos de trabalho — e ela aí está! Depois, é preciso conter o crescimento da taxa de desemprego. É verdade que, durante a vigência deste Governo, o desemprego aumentou 4%.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Ah!

O Sr. Afonso Candal (PS): — Mas, durante a vigência do governo anterior, no mesmo período, o desemprego aumentou 70%! O que quer dizer que o primeiro passo para diminuir é estabilizar, é evitar que aumente — e, de alguma forma, estes últimos dados demonstram que isso está conseguido.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — À custa de baixos salários e de baixas pensões!

O Sr. Afonso Candal (PS): — Depois, é preciso reduzir a taxa de desemprego, e já há alguns sinais nesse sentido. Chegará o tempo em que se constatará — e a oposição alterará o seu discurso — que, apesar de se ter baixado a taxa de desemprego, continua a aumentar o número de desempregados. Isto pode e irá certamente acontecer porque é parte do processo. Mas, primeiro, é preciso baixar a taxa de desemprego, que está normalizada pelo número de população activa que vai crescendo muito mais, para, depois, se começar e conseguir, finalmente, reduzir o número de desempregados em termos absolutos.
Isto não se consegue por artes mágicas. Tem de se passar por todas estas etapas e as primeiras já foram cumpridas. Espera-se que, quanto antes (e para isso se trabalha seriamente), se consiga atingir o objectivo final de reduzir o número de desempregados, em Portugal.
Mas o mesmo se passa com o crescimento, que é o motor da criação de emprego, porque, senão, é emprego dado pelo Estado. Como é que se faz crescer um país em que o PIB diminuía, o rendimento disponível das famílias diminuía e as contas públicas estavam claramente desequilibradas? Um empresário, por exemplo, com a sua empresa montada e os seus trabalhadores contratados, o que é que faz? Qual é o papel do Governo? O papel do Governo é, desde logo, ajudá-lo a encontrar quem lhe compre a sua produção. Se não é em território nacional, porque o rendimento disponível é baixo e estava a ser enfraquecido, que seja no exterior, estimulando as exportações.
Ora, foi isso que este Governo fez — e aproveito para saudar o Sr. Secretário de Estado do Comércio —, na primeira fase: criou condições para que se exportasse mais, para que se vendesse a quem podia comprar mais. Isso foi feito.
Nesta fase, entra o segundo motor em acção, fruto também do que está para trás, que é a questão do investimento. A procura de projectos de investimento estrangeiro para Portugal e as previsões orçamentais do aumento do investimento público — e também aqui aproveito para saudar a Sr.ª Secretária de Estado dos Transportes —, nomeadamente de um investimento forte na ferrovia, vão criar este novo motor, que é o motor do investimento, a par das exportações.
O que é que vai acontecer depois e que a oposição também vai criticar? É natural que as importações também aumentem, porque não se espera que, por exemplo, um empresário, quando quer abrir mais uma unidade industrial, vá comprar a maquinaria pesada à empresa que faliu ao lado (e maquinaria já com muitos anos), espera-se, sim, que compre nova. E, para comprar maquinaria pesada nova, infelizmente, ainda vai ter de importá-la. Portanto, é natural que haja aqui também alguma subida, o que não deixa de ser um bom sinal, porque só com novos investimentos, nomeadamente na área industrial, se conseguirá criar emprego, e emprego qualificado.
Espera-se criar emprego na altura da construção destas novas unidades produtivas, seja de serviços, seja de bens. Mas o que interessa é quando elas entrarem em funcionamento.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tenha atenção ao tempo, porque já se inscreveram dois Srs. Deputados para pedir esclarecimentos, aos quais tem de responder, e não pode usar tempo do Governo.