30 | I Série - Número: 053 | 29 de Fevereiro de 2008
Vozes do PS: — Muito bem!
Protestos do BE.
O Sr. Luiz Fagundes Duarte (PS): — Não entendi que tenham um projecto que venha dizer aos portugueses o que é que pretendem. Vão atrás das «bocas» que ouvem na rua. Lêem o jornal de manhã e vêm aqui fazer declarações políticas à tarde. Também lemos os jornais, Sr.ª Deputada!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Parece que não!
O Sr. Luiz Fagundes Duarte (PS): — Também vemos os professores na rua e também vemos quem é que os manipula!
Vozes do PS: — Muito bem!
Protestos do PSD, do PCP e do BE.
O Sr. Presidente (Nuno Teixeira de Melo): — Sr. Deputado, peço-lhe que termine.
O Sr. Luiz Fagundes Duarte (PS): — Sr. Presidente, vou já terminar, mas a Sr.ª Deputada, que acusa o Governo de não saber governar, não soube «governar» o seu tempo e usou 1 minuto a mais… Portanto, Sr.ª Deputada, exactamente pela incongruência entre o discurso vazio que fez agora e a prática, nada temos a responder. A nossa resposta está no terreno, naquilo que provoca essas manifestações atrás das quais os senhores vão. Antigamente, os miúdos iam atrás das bandas; agora, os senhores vão dançando, cantando e rindo atrás das manifestações.
Queremos ver o que dizem no terreno e não da tribuna.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Nuno Teixeira de Melo): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Drago.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luiz Fagundes Duarte, exige-se alguma seriedade neste debate.
Vozes do PS: — Claro!
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Portanto, o debate tem de ter como ponto central o que acontece no sistema educativo.
Sr. Deputado, das duas uma: ou acredita que os professores, os pais e os alunos perderam a capacidade de fazer as suas próprias escolhas e, quando vão para o terreno, estão hipnotizados, sendo levados pelo Bloco de Esquerda — não pensará, com certeza, que conseguimos arrastar para o terreno os pais, os professores e os alunos, em contestação…; ou, então, é preciso perceber exactamente o que é que está a acontecer no sistema educativo.
O apelo que aqui fiz, Sr. Deputado, é que consiga analisar cada medida que foi sendo lançada pelo Ministério da Educação e que veja ao que é que ela conduziu.
Deixe-me, no entanto, falar-lhe sobre um assunto que tem estado em debate, mais recentemente: a avaliação dos professores.
O processo de avaliação dos professores deveria permitir ao sistema educativo identificar os seus problemas, perceber o papel dos professores como peças-chave no processo educativo (não a central, porque esta são os alunos) e saber quais as respostas que têm de ser dadas. No entanto, o Ministério da Educação, primeiro, impôs um processo absolutamente burocrático, tendo sido avisado para tal — pelo que agora se