37 | I Série - Número: 061 | 19 de Março de 2008
O que é que esse País esperará da Sr.ª Ministra? É que se mantenha a ignorar a realidade ou que mostre o mínimo de humildade, o mínimo de abertura, o mínimo de tolerância, o mínimo de vontade para solucionar um problema que foi criado? Esta é a pergunta que a Sr.ª Ministra deve fazer a si própria, mais do que ser obrigada, por nós, a responder.
Sr.ª Ministra, não confunda coragem com teimosia: a coragem pode, em certas circunstâncias, ser uma virtude política, mas a teimosia não é.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Muito bem!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Reconheça, com humildade, que o modelo de avaliação de desempenho dos professores que propõe não é o mais adequado.
Esse modelo falha no modo como foi apresentado, hostilizando os professores e contendo um conjunto de erros administrativos da responsabilidade do Ministério.
Esse modelo falha no tempo, porque, Sr.ª Ministra, não lembra a ninguém iniciar um processo de avaliação no 3.º período de um ano lectivo.
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Tem de concluir, Sr. Deputado. Já gastou 2 minutos.
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Por último, esse modelo falha na substância, porque, Sr.ª Ministra, tem medidas que também não lembram a ninguém, nomeadamente a de ligar a avaliação dada pelo professor aos seus alunos à sua própria avaliação.
Por isso, Sr.ª Ministra, era bom que mostrasse outra tolerância, outra humildade, outra abertura de espírito a favor da qualidade do ensino, porque é isso que nos preocupa hoje.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Tem a palavra o Sr. Deputado José Paulo Carvalho.
O Sr. José Paulo Carvalho (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra da Educação, registamos que fizemos oito perguntas e que obtivemos, até ao momento, três respostas,…
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Vá lá!
O Sr. José Paulo Carvalho (CDS-PP): — … e nem por isso muito convincentes.
De qualquer modo, ao fim de tanto tempo de debate, com tantas questões concretas colocadas, V. Ex.ª continua a manifestar alguma descontracção e alguma convicção de que as coisas estão bem.
Sr.ª Ministra, foi-lhe referida, aqui, uma situação concreta ocorrida na semana passada: o conselho pedagógico de uma escola do Grande Porto propôs que os professores sejam avaliados através de um documento de auto-avaliação que servirá de base a uma reflexão conjunta com os avaliadores! Outra escola, localizada mais a Sul, para avaliar os professores, faz isto tudo…
Neste momento, o orador exibe diversa documentação.
Ó Sr.ª Ministra, com o devido respeito, dizer que isto está bem não é convicção, é insensatez!
Aplausos do CDS-PP.
Sr.ª Ministra, gostava também que nos respondesse e que abordasse outras matérias que preocupam o CDS, nomeadamente em relação à qualidade do ensino, é urgente que o faça.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Se puder!