23 | I Série - Número: 071 | 12 de Abril de 2008
Conseguimos resultados nestes três anos, que consistiram, fundamentalmente, pôr em marcha uma ambição no sector eólico e no sector hídrico como não existia no passado. E isso já está visível no País, em particular no centro e no norte. Temos, hoje, clusters tecnológicos neste domínio. Nós fabricamos aqui aquilo que é necessário.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Uma parte!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Isto tem muita incorporação tecnológica.
É por isso, Sr. Deputado, que esta questão é absolutamente decisiva e merece ser discutida.
Trago, pois, aqui não anúncios, mas resultados! E também trago anúncios para dar ainda mais ambição a este domínio! Segundo ponto, Sr. Deputado: a gasolina.
Repare como o Sr. Deputado quer transformar um debate da maior importância estratégica para o País apenas na discussão sobre o preço da gasolina!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Ó Sr. Primeiro-Ministro!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Isto vai para além disso, Sr. Deputado!
O Sr. António Filipe (PCP): — Então, não tem importância nenhuma?
O Sr. Primeiro-Ministro: — A única questão que o Sr. Deputado coloca tem a ver com o preço da gasolina!
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Diz o Sr. Deputado: «Sr. Primeiro-Ministro, os senhores deviam intervir no preço da gasolina». É a receita clássica do Partido Comunista Português! E qual é essa receita clássica? «Intervenham», isto é, «metam aqui dinheiro dos portugueses.»
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Dinheiro dos portugueses?! Nada disso!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O que é que quer dizer intervir? Intervir significa baixar o preço administrativamente. À custa de quem? Do contribuinte português!
Vozes do PCP: — Não! Não!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, eu sei que os senhores não fazem essas contas, mas o dinheiro vem de algum lado. E vem de onde? Do contribuinte português! Sr. Deputado, compreendo muito bem o que tem acontecido. É preciso reagirmos com coragem àquilo que tem sido a evolução do preço do petróleo, que mais do que duplicou desde 2005.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Vá dizer isso aos portugueses!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas acho que é errado, do ponto de vista do País, adoptarmos soluções simples, fáceis e demagógicas, que seria recorrer ao dinheiro de todos para começarmos a baixar o preço da gasolina.
Aplausos do PS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Para o PS é mais fácil diminuir o poder de compra!