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31 | I Série - Número: 071 | 12 de Abril de 2008


Este Governo aceita com naturalidade que o porta-voz do Partido Socialista seja assalariado das empresas de trabalho temporário.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Não é assalariado!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Isso chama-se facilidade! Há três semanas, num comício do Partido Socialista, ao lado do Sr. Primeiro-Ministro esteve Jorge Coelho e, hoje, é Presidente da Mota-Engil. Sabe que nós somos sempre rigorosos sobre esta matéria. O Sr.
Primeiro-Ministro, melhor do que qualquer pessoa, sabe que não aceitamos lançar «baldes de lama» no debate político!

Protestos do PS.

O País pergunta-se: que políticos anfíbios são estes que saltam de um Conselho de Ministros para um verdadeiro conselho de ministros empresarial de uma empresa de construção civil que negoceia com o Estado e que tem um ministro do PSD, um dirigente do CDS-PP e vários ministros do PS?! Esquerda de facilidade, Sr.
Ministro?! Política de facilidade?! Esta «vida videirinha» de quem acha que pode saltar do poder e pedir votos aos portugueses para gerir a causa pública como um trampolim para carreiras privadas,…

Protestos do PS.

… não considera uma vergonha?!

Protestos do PS.

Ouça o Eng.º João Cravinho! Por uma vez, tenha a dignidade, a preocupação com a causa pública de dizer que «é preciso regras». E as regras não são, Srs. Deputados, facilidade!

Protestos do PS.

João Cravinho foi ministro das obras públicas. Acha que é por acaso que ele diz que isto é uma vergonha?! Acha que é por acaso que, no seu partido, há vozes tão irrelevantes como esta que dizem que não é aceitável este conúbio entre o público e o privado?! Sr. Primeiro-Ministro, os portugueses só confiarão na política e não nas facilidades no dia em que haja o princípio que João Cravinho defende e que o seu Governo bem podia aplicar!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para formular a sua pergunta, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, permita-me que comece por lhe dizer que a intervenção inicial do Sr. Primeiro-Ministro demonstra uma visão totalmente limitada do sector da energia.
O Sr. Primeiro-Ministro falou em produção, produção, produção, e deu apenas uma leve «pincelada» sobre a poupança e a eficiência energéticas quando anunciou que, para a semana, ia ser aprovado o Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética — atrasadíssimo, por sinal, como bem sabe o Sr. Primeiro-Ministro.
Ora, estamos num País onde o desperdício energético ronda os 60%. Para produzir a mesma unidade de riqueza, gastamos mais 20% de energia do que a média europeia. O potencial de redução de energia eléctrica, em Portugal, é de 30%, percentagem esta que até foi confirmada pela Comissão Europeia. Aquilo que o Governo propõe no Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética é que até 2015 se reduza apenas 7% ao nível da energia eléctrica.