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33 | I Série - Número: 071 | 12 de Abril de 2008


A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Ora, face àquilo que vamos perder em termos de valores naturais e de potencial de desenvolvimento turístico e outros, será que se justifica ceder aos interesses destas empresas que vão gerir estas barragens, para perder tudo aquilo que a população pode ganhar com outra lógica de desenvolvimento? A terminar, faço-lhe uma pergunta muito rápida, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Para incorporar 10% de bioetanol na gasolina é preciso mais de 560 000 t de milho. Qual é a produção nacional de milho que pode dar resposta a esta situação, sabendo nós, Os Verdes, que não temos produção para atingir este nível?

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente e Srs. Deputados, eis a extrema-esquerda que temos: o Bloco de Esquerda contra os biocombustíveis e Os Verdes contra a energia hídrica! O Bloco de Esquerda porque acha que os biocombustíveis vão matar à fome o mundo inteiro e, principalmente, o mundo desenvolvido, e Os Verdes, a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, porque acha que as barragens vão pôr em causa os objectivos de conservação da natureza.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Saia da cassete e responda às perguntas!

O Sr. Primeiro-Ministro: — A Sr.ª Deputada esqueceu um argumento da maior importância, que é este: a energia hídrica não é apenas importante como contributo para a produção de electricidade; é também fundamental, como sabe, para o armazenamento da energia produzida com base nas torres eólicas.

O Sr. Mota Andrade (PS): — Claro!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Mas as actuais barragens não fazem isso?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Isso é fundamental. Por isso, nada faria menor sentido do que apostar na energia eólica sem apostar também num tipo de energia que permita armazenar essa produção de energia ao nível eólico.
Sr.ª Deputada, citei-lhe a intensidade energética, porque esse é um indicador da maior importância. E vou repetir: pela primeira vez, nos últimos cinco anos, o consumo de electricidade, em 2007, cresceu menos do que o PIB. Isto significa qualquer coisa! Mas a Sr.ª Deputada acha que não significa nada.
Depois, a Sr.ª Deputada referiu-se, felizmente, ao Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética.
Leu-o, não leu?

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Pois com certeza que li!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Pois com certeza!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Para ver os disparates que lá estão, tinha de ler!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas, então, porque é que lhe escapou que este Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética tem um objectivo mais ambicioso do que o da União Europeia?

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Este Plano Nacional de Acção significa que estas medidas permitem alcançar 10% de eficiência energética, enquanto o objectivo europeu é apenas de 8%.