52 | I Série - Número: 076 | 26 de Abril de 2008
que tem havido cuidado, prudência e constatará que as previsões estão muito próximas do que se tem vindo a verificar.
O Sr. Honório Novo (PCP): — O que vos falta é coragem!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — É com este critério e com esse cuidado que irei continuar a pautar o meu comportamento nesta matéria.
Aplausos do PS.
No que se refere à questão suscitada relativamente às actualizações em função da inflação, Sr. Deputado Francisco Louçã, gostaria de tornar claro também o seguinte: recordo que, durante dois anos seguidos, o Governo actualizou os salários da função pública em 1,5%.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Falta-vos coragem para enfrentar a realidade. Mas em Maio já vamos ver!…
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — No ano passado foi dito que o Governo iria proceder a uma actualização salarial igual à inflação esperada para 2008, de 2,1%, e que (e era isso que poderíamos antever), face à inflação esperada de 2,1%, seriam mantidos nesses termos os salários reais nesse domínio.
Mas quero também ser muito claro com o Sr. Deputado nesta matéria: eu discordo de qualquer mecanismo de indexação salarial, uma vez que entendo que essa será a forma de agravarmos as pressões inflacionistas da economia portuguesa. E se agravarmos as pressões inflacionistas da economia portuguesa, Sr. Deputado, os segmentos populacionais mais frágeis, aqueles que têm menores rendimentos acabarão por pagar e sofrer bem mais essa inflação agravada do que na situação actual.
Portanto, repito, discordo desses mecanismos de indexação. A história económica de muitos países revelanos quão desastrosas têm sido as experiências de indexação neste domínio e os efeitos nefastos sobre a inflação. Por isso mesmo, entendo que temos de acomodar este aumento de preços,…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Acomodar?! Onde?!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — … que vem dos mercados internacionais na nossa economia, designadamente os mercados dos produtos alimentares, e temos de convence-nos de que, de facto, esses produtos estão mais caros. E temos de viver com isto, Sr. Deputado!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Quem? O senhor?
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Temos de viver com isso, Sr. Deputado! Relativamente à questão suscitada pelo Sr. Deputado Diogo Feio,…
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Foram várias!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — … gostaria de comentar o seguinte: limitei-me a recordar que há encargos esperados para o futuro que têm a ver com a aquisição de submarinos, por isso, não percebo por que é que ficou tão incomodado, Sr. Deputado…! Na verdade, limitei-me a chamar a atenção para o facto.
O Sr. Deputado é que ficou incomodado com isso… Eu só recordei que se trata de um encargo considerável, que vai pesar nas nossas despesas no futuro e que não vai facilitar a vida dos portugueses.
Protestos do CDS-PP.
Ai não vai, não! Mas, se ficou incomodado, espero que o Sr. Deputado explique por que é que ficou incomodado. Eu não percebi porquê!