57 | I Série - Número: 076 | 26 de Abril de 2008
sempre prestimosa ajuda do Governador do Banco de Portugal, que garantia não estarem ainda reunidas as condições para baixar a carga fiscal no País.
Depois, da noite para o dia, em 26 de Março, e quando o resultado da despesa pública — pasme-se, Srs. Deputados do Partido Socialista! — foi pior do que se esperava, então, a «irresponsabilidade» que era baixar impostos transformou-se, por artes mágicas — milagre! —, em «responsabilidade» e lá foi anunciada a redução do IVA de 21% para 20%.
O Sr. Carlos Lopes (PS): — Acha mau?!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Todos percebemos a mensagem: começou a campanha eleitoral de 2009!
O Sr. Jorge Fão (PS): — O problema é que os senhores nem conseguem começar!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — E, Sr. Ministro, foi isto que o senhor também não conseguiu explicar, quando o questionei há pouco sobre o novo Pacto de Estabilidade e Crescimento. O senhor não o conseguiu explicar, porque só há uma explicação para não ter utilizado o que o Pacto lhe permite: a campanha eleitoral já se ter iniciado! Sr. Ministro, Portugal é um país desgraçado, porque a política fiscal é um instrumento que não conta para este Governo. Não conta, desde logo, para pressionar a despesa pública. Se uma baixa de impostos for acompanhada de disciplina e rigor acrescidos do lado da despesa, contribui para consolidar as contas públicas.
«Irresponsável» é aumentar impostos e gastar mais, ultrapassando os limites inicialmente previstos, como o Governo socialista tem feito nos últimos anos e como aconteceu em 2007.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — É uma opção viciosa e que contrasta com a opção virtuosa, «responsável» e desejável que é baixar impostos e consolidar as contas públicas.
Mas a política fiscal também não conta para o Governo em termos de competitividade — uma área em que é fundamental…
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — … e em que deve ser prosseguida uma estratégia devidamente calendarizada e estruturada de médio prazo.
Neste domínio, nos impostos sobre o consumo, a preocupação deve ser com a nossa vizinha Espanha e o objectivo de médio prazo deve ser o de atingir a convergência no IVA e no ISPP.
Nos impostos sobre o rendimento, IRS e IRC, a referência deve ser dada pelas práticas mais competitivas na Europa, o que passa pela diminuição de taxas, acompanhada por uma ampla simplificação do sistema fiscal, através da redução de deduções, isenções, excepções e benefícios.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Tudo isto, claro, acompanhado pela continuação do combate à fraude e evasão fiscais.
Termino, Sr. Presidente, referindo que já se percebeu que, com este Governo e este Primeiro-Ministro, nunca teremos este rumo estruturado, que é prioritário e relevante.
A Sr.ª Helena Terra (PS): — Oh!