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36 | I Série - Número: 081 | 9 de Maio de 2008

Vozes do PS: — Ahhh!…

O Sr. José Soeiro (PCP): — … que resulta da política deste Governo! Está aqui, à vista! O Sr. Primeiro-Ministro sabe o que é viver com 200 € ou 400 €/mês? Sabe o que é pagar as despesas da casa, a alimentação e o vestuário com estes rendimentos? O Sr. Primeiro-Ministro sabe o que é, para um idoso, ir de madrugada para a porta de centro de saúde para conseguir uma consulta? E sabe o que é chegar à farmácia e não poder comprar os medicamentos de que carece porque os 300 € não dão para pagá-los? O Sr. Primeiro-Ministro sabe o que significa a sua «crucial reforma da segurança social», de que o Partido Socialista se deveria envergonhar porque dá exemplos como o que aqui foi referido de Viana do Castelo ou como o que vou passar a referir?! É o caso de um trabalhador com 44 anos de carreira contributiva que deveria ter uma reforma de 452 € e que, com a média ponderada da sua «crucial reforma da segurança social», vai receber uma reforma de 363 €, isto é, 88 € a menos!

Vozes do PCP: — É uma vergonha!

O Sr. José Soeiro (PCP): — É uma vergonha, Sr. Primeiro-Ministro! Acho que o Partido Socialista se deveria envergonhar desta política! Não foi isto, efectivamente, que o PS prometeu aos portugueses! Não foi isto! E o Sr. Primeiro-Ministro já teve a ousadia de dizer, nesta Casa, que na verdade o Partido Socialista tinha a vantagem de fazer aquilo que a direita não era capaz de fazer!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Já disse, já!

O Sr. José Soeiro (PCP): — Não somos nós que vos acusamos de terem uma política de direita! São os senhores que a praticam e que a assumem nesta Casa! E deveriam envergonhar-se por estarem a praticá-la, porque não foi isso que os senhores disseram aos portugueses aquando das eleições! Os senhores prometeram uma coisa e fazem outra! Por isso, esta moção de censura não é apenas oportuna e necessária! É um imperativo democrático de um partido que, de facto, tem orgulho em estar sempre com os trabalhadores, em ser coerente e conservador nessa sua política, ao contrário do Partido Socialista que age como uma «esquerda moderna», uma espécie de «feijão-frade», que quando está na oposição fala à esquerda e quando está no Governo faz pior do que a direita!

Aplausos do PCP de Os Verdes.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Honório Novo.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o País real, o País das microempresas, o País de quem trabalha anda a censurá-lo há muito tempo. E sabe porquê? Porque o senhor anda há três anos, há mais de três anos, a proteger os fortes e os poderosos e anda há três anos, há mais de três anos, a dispersar e a perseguir os que nada têm, os que trabalham, os mais fracos! Esta é que é a realidade que o senhor não pode iludir e de há exemplos para o demonstrar! As prestações dos empréstimos da compra de casa aumentam há mais de dois anos sem parar; o crédito para as microempresas, quando existe, é uma espécie de corda na garganta para enforcar pequenos empresários. O que faz o Governo? Nada!! Verte lágrimas de crocodilo…! Os custos da energia, do gasóleo e da gasolina continuam a subir e o Governo lava as mãos como Pilatos; acorda tarde e a más horas; faz de conta que não percebe as combinações dos grupos petrolíferos com o fim exclusivo de aumentar lucros sem cessar! Enquanto isto se passa, o Governo fecha os olhos aos lucros imorais da banca, dos grandes grupos económicos, dos grandes grupos das petrolíferas! Uns, os que trabalham, pagam cada vez mais; a banca, os grupos económicos, as petrolíferas ganham cada vez mais e pagam cada vez menos, Sr. Primeiro-Ministro!! Para estes, para os poderosos, os privilégios e os benefícios fiscais aumentam, com o Governo a aplaudir, a incentivar, a proteger, Sr. Primeiro-Ministro!