25 | I Série - Número: 111 | 10 de Setembro de 2008
O Sr. José Eduardo Martins (PSD): — Porque, sabe, o País precisa, e muito, de ser melhor governado, mas o País também precisa de políticos que ofereçam outra credibilidade aos eleitores.
A Sr.ª Helena Terra (PS): — É por isso mesmo!
O Sr. José Eduardo Martins (PSD): — E, quando as 20 000 ou 30 000 pessoas que assistirem a esta reunião à noite — felizmente, não são muitas mais as que vão reparar em si — virem que um Deputado do Partido Socialista veio aqui, com esta ternura e com este desvelo, dizer-nos que está preocupado porque o PSD não apresenta as suas alternativas, portanto não merecerá a confiança dos seus eleitores, não poderão deixar de constatar que esse é um discurso «farisaico», igual ao dos outros, e de querer a diferença. Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. José Eduardo Martins (PSD): — E, enquanto os senhores vivem permanentemente em campanha eleitoral, como foi o seu discurso, como são os lançamentos das primeiras pedras das quais nunca vemos as segundas, e também nunca temos a resposta de «quantas pedras vamos ter no pescoço», no futuro, por causa das pedras que os senhores agora querem lançar para iludir as pessoas;…
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. José Eduardo Martins (PSD): — … quando o País vive este clima de insegurança em que já ninguém gosta de estar parado dentro carro sem trancar as portas; quando o País vive um drama brutal de desemprego e o demagogo do Governo de serviço responde à oposição dizendo que se geraram 135 000 empregos, com a maior desfaçatez, perante os 8,2% de portugueses que não têm trabalho, as pessoas sabem duas coisas: precisamos de ser melhor governados por quem não viva para a propaganda, mas também precisamos de pessoas mais sérias para sermos melhor governados.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. José Eduardo Martins (PSD): — Se o senhor não percebeu ainda que é este o caminho que trilhamos vai ter uma boa oportunidade, este ano, de aprender pelo exemplo. E, sabe, o que os portugueses pensam não nos chega pela sua voz (não nos preocupa a sua voz), chegará no momento próprio, isto é, aquando das eleições que a Constituição manda fazer.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Helena Terra (PS): — Além de grande humildade é muita fé!
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Junqueiro.
O Sr. José Junqueiro (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Eduardo Martins, perdeu, desta vez sim, a oportunidade do silêncio. Ele teria sido bem melhor.
A verdade é que existe uma dificuldade no PSD, que é a do confronto directo que podem e devem fazer internamente. E o Sr. Deputado quis, de alguma forma, referir-se ao PS até como se ele tivesse sido o autor destas afirmações. Mas gostaria de lembrar-lhe que a apreciação política da acção do PSD não foi, neste caso, feita pelo PS, foi feita pelo próprio PSD,… A Sr.ª Helena Terra (PS): — O problema é que há vários…!
O Sr. José Junqueiro (PS): — … e os senhores internamente têm de se entender… Três presidentes, três anos, três atitudes diferentes para o mesmo País… Sr. Deputado, o que eu quis aqui fazer foi unicamente citar Ângelo Correia, a propósito do silêncio, que