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24 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008

A primeira, a de euforia. O Primeiro-Ministro, José Sócrates dizia, no dia 15 de Maio de 2008: «Toda a Europa está preocupada, mas Portugal enfrenta a turbulência com confiança». Se calhar, mais valia que a confiança não fosse tão grande e que o Primeiro-Ministro tivesse sido um pouco mais precavido.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — A fase seguinte foi a do delírio. O mesmo Primeiro-Ministro, José Sócrates, no dia 24 de Abril de 2008, dizia o seguinte: «Vamos retomar, este ano, a convergência, em termos de crescimento económico, com a União Europeia». Neste momento, a única convergência que serve, numa União Europeia que serve para tudo, é a do caminho da recessão.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Em Abril de 2008, o sempre presente Ministro Manuel Pinho dizia: «A economia portuguesa está no bom caminho para uma retoma sólida, não havendo qualquer sinal de crise».
Por que razão andaria o Ministro tão distraído? A seguir, passámos à fase da negação, em que José Sócrates dizia, em Abril de 2008: «Não temos nenhum elemento quantitativo que permita rever a baixa do crescimento». Depois desta frase, o nosso crescimento já foi revisto duas vezes, e deveria ter sido muitas mais.
A quarta fase é a da precipitação de um Primeiro-Ministro que, no dia 14 de Novembro de 2008, dizia o seguinte: «Começava por saudar o facto de Portugal não se encontrar em recessão, frisando que a nossa economia sobe e continua a crescer no terceiro trimestre». Foi a chamada «precipitação rápida» do PrimeiroMinistro. É que a nossa economia, neste momento, infelizmente, «sobe» para baixo e caminha para a recessão.
No dia 29 de Maio de 2008, em resposta ao Presidente do CDS, Paulo Portas, dizia o Primeiro-Ministro, José Sócrates: «Sr. Deputado, as suas posições sobre o aumento da gasolina visam apenas convencer, algo em que os portugueses nunca acreditarão, que os preços mais altos da gasolina e do gasóleo são culpa do Governo». É precisamente este Primeiro-Ministro que agora se vem vangloriar da baixa do preço da gasolina e do gasóleo.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Termina este Governo numa fase de desorientação, que toca até o Ministro Teixeira dos Santos, que diz, em Maio de 2008: «Se houver razões para fazer qualquer ajustamento às nossas previsões, é claro que o faremos». Pois todos os números demonstram que o próximo Orçamento é impossível de cumprir, e este Governo não rectifica rigorosamente nada.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — No dia 3 de Dezembro de 2008, para terminar, o Primeiro-Ministro anuncia baixa das taxas de juro, inflação mais baixa e preço da gasolina mais baixo — tudo coisas que não dependem do Primeiro-Ministro. Anuncia mais poder de compra, anuncia que o ano de 2009 vai ser um ano até positivo para as famílias portuguesas.
Dias depois, mais precisamente seis dias depois, é o Instituto Nacional de Estatística que vem dizer que Portugal caminha para uma situação de recessão, que, evidentemente, todos lamentamos. Basta de desorientação.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Não sei se, em relação a este Governo, não se deveria aplicar uma célebre frase do Rei de Espanha: «Por que não te calas?»