25 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Inscreveram-se quatro Srs. Deputados para pedir esclarecimentos.
Em primeiro lugar, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Velosa.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Diogo Feio, ouvindo a sua intervenção, lembreime que tínhamos de registar, desde já, que o Eng.º José Sócrates vai ficar na História por ser PrimeiroMinistro de um Governo que leva o País à recessão.
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Pois claro!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — E, mais do que isso, face a tudo o que sabemos, é um Primeiro-Ministro que também vai ficar na História porque essa recessão vai ser cada vez pior. Portanto, desta realidade o PrimeiroMinistro e o Partido Socialista não se podem desligar, porque é isso que fica na História.
Mas, pior do que a recessão, deixe-me que lhe diga, Sr. Deputado — e para que não se use, como o Partido Socialista fazia quando estava na oposição, a recessão como arma de arremesso político —, são as suas causas e efeitos. E o Governo e o Partido Socialista continuam a esconder os efeitos da situação que vivemos em termos económicos, desde logo o desemprego.
Mas lembro-me também, por exemplo, das políticas económicas erradas que o Governo teve desde 2005, em que anunciou grandes investimentos. Vamos ver os últimos dados e verificamos que o investimento, em Portugal, está em queda bruta e não pode sustentar qualquer crescimento económico. E refiro-me mesmo ao investimento privado, que o Governo sempre disse que poderia ser a mola real do nosso crescimento económico.
Mas, pior, a certa altura, dizia-se, em 2006 e 2007: «Agora, temos um crescimento virtuoso, baseado nas exportações». Baseado nas exportações?! Mas vamos analisar os últimos dados das exportações e ver onde é que elas estão! Mas, afinal, o nosso crescimento é virtuoso e Portugal agora está preparado para essa recessão e para a situação económica que vivemos? Não está. Por isso é que temos de dizer que o Eng.º José Sócrates e o Partido Socialista, independentemente da situação de crise internacional, são responsáveis pela situação que vivemos.
Queria deixar-lhe uma questão para não perdermos mais tempo com esta matéria, que é, para nós, perfeitamente clara. Por que é que o Governo continua a esconder a realidade? O Primeiro-Ministro vem dizer que em 2009 não será tão mau, que vão baixar as taxas de juro, que o petróleo vai baixar, que vamos abastecer» Mas isso não depende do Governo! O Primeiro-Ministro deve falar daquilo que depende efectivamente do Governo. E, daquilo que depende do Governo, veremos como a situação do País em 2009 é muito grave.
Vamos discutir, dentro de dias, o Programa de Estabilidade e Crescimento. O Governo está a fazer o mesmo que fez até agora em todos os grandes documentos orientadores da política económica, que é esconder a realidade das suas previsões económicas. Gostava de perguntar ao Sr. Deputado Diogo Feio quais são os efeitos das previsões económicas completamente irrealistas dadas pelo Governo, como indicia o Programa de Estabilidade e Crescimento e como foi feito no Orçamento do Estado. Porque, Sr. Deputado, nós não vamos esperar que deste Governo, com este Orçamento irrealista, saia algo de bom para Portugal e para os portugueses!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Diogo Feio.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Hugo Velosa, agradeço a questão que me colocou, a qual se resume em perceber se, hoje, o nosso País está melhor no plano económico do que no momento em que o Primeiro-Ministro, José Sócrates, tomou posse. A resposta tem um rotundo «não», pela incapacidade de previsão e, fundamentalmente, pelo contacto com a realidade. Não há, hoje, empresas