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31 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Que disparate tão grande!

O Sr. João Semedo (BE): — Dito isto, e permita-me que lhe dirija um apelo nesse sentido, é um facto que o Primeiro-Ministro, José Sócrates, tem fugido — aliás, como outros responsáveis do Partido Socialista! — de encarar a realidade, como «o Diabo foge da cruz». A palavra «recessão» não existe no vocabulário nem na imaginação do Primeiro-Ministro, e isso é um gravíssimo exercício de irresponsabilidade, porque, não reconhecendo a realidade, não reconhecendo a iminência da recessão, não prepara nem ajuda as famílias, não investe na economia pública, não prepara a nossa economia e o País para resistir e vencer a recessão. É, de facto, uma grave irresponsabilidade! O Bloco de Esquerda, durante todo o debate do Orçamento, alertou para a iminência do País e da sua economia entrarem em recessão. O Primeiro-Ministro, a isso, fez «ouvidos de mercador». Os resultados estão hoje à vista: temos um Orçamento que diminui o investimento público, em que o apoio e a protecção social são pelos mínimos, que desloca muitos dinheiros públicos para apoiar bancos que foram geridos de forma especulativa e, em muitos casos, fraudulenta. Para isso, há dinheiro. Para apoiar as famílias e a economia, não há dinheiro. É esse o resultado de o Primeiro-Ministro não querer ver a iminência de estagnação e de recessão em que a economia portuguesa, em breve, irá entrar.
Por isso, a minha pergunta é esta: como é que o CDS combina as preocupações aqui reveladas relativamente à recessão com a sua política de mais privatizações, de Estado pelo mínimo e, também, de um apelo indisfarçável, apesar de discreto, ao incumprimento fiscal? Não consigo perceber como é que se articulam estes três pilares estruturantes do vosso discurso político, percebendo, no entanto — e este debate foi nisso bastante claro —, que, enquanto o Sr. Deputado Diogo Feio é um homem de fé, o Sr. Deputado Victor Baptista ç um homem de «fezadas«. Não sei qual terá mais razão!»

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Diogo Feio.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Semedo, em primeiro lugar, quero repudiar em absoluto a sua afirmação sobre as posições de natureza política que, legitimamente, numa democracia, o CDS toma, desde logo em relação ao rendimento social de inserção, porque a nossa posição é muitíssimo clara. Aquilo que o CDS quer que seja combatido é a fraude que existe no rendimento social de inserção,»

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — » o dinheiro que aí ç desperdiçado, o abuso que é feito, podendo esse dinheiro ser utilizado em prol daqueles que são verdadeiramente mais necessitados.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Preocupamo-nos, Sr. Deputado, com toda a fraude que existe na nossa economia. Não somos selectivos em relação a essa matéria, como parece ser a sua bancada.

Aplausos do Deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares.

Por outro lado, a palavra que o actual Governo tem em relação à recessão é sempre uma palavra preocupada com o passado, ou seja, dizer: «Nós estamos a fazer melhor do que aqueles que nos antecederam». Não há uma única palavra de preocupação quanto ao futuro e nesse campo é que se poderiam discutir as diferentes tomadas de posição, as diferentes propostas alternativas que surgem.
Sobre esta matéria, V. Ex.ª também fez, permita-me que lhe diga, um resumo infeliz das posições do CDS.
O CDS não é a favor do incumprimento fiscal. O CDS esteve, e bem!, num governo que quis e começou a