21 | I Série - Número: 030 | 8 de Janeiro de 2009
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Olha quem fala!
O Sr. Bravo Nico (PS): — »está contra a realidade, está contra a mudança, no fundo, está contra uma escola pública de qualidade que sirva os portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, a Mesa recebeu inscrições para seis declarações políticas, pelo que não podemos exceder demasiadamente os tempos regimentais, temos de ser um pouco mais rigorosos.
Não sei se o Sr. Deputado Miguel Tiago pretende responder de imediato ou»
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Respondo de imediato, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Então, tem a palavra Sr. Deputado Miguel Tiago.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bravo Nico, penso que a cassete no sentido de que o PCP tem uma postura imobilista já se esgotou, já não faz sentido, porque, Sr. Deputado, quer queira, quer não, estar a favor de um processo de avaliação e de mecanismos de avaliação de professores não é, necessariamente, estar a favor do que o Partido Socialista e o Governo querem impor. Já toda a gente percebeu isto!
O Sr. João Oliveira (PCP): — É óbvio!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — E, para o provar, basta ir às escolas, basta conversar com os professores para perceber que a avaliação é, hoje, um dado adquirido mas que este formato não serve.
A Sr.ª Paula Barros (PS): — E qual é que serve?!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Mais provado do que está actualmente não pode estar, Sr. Deputado Bravo Nico! Estar a favor da avaliação não é estar a favor do comportamento deste Ministério, não é estar a favor da imposição, da prepotência, da arrogância e de um modelo de avaliação que tem como único objectivo a limitação da progressão nas carreiras, a punição dos docentes e a sua transformação em meros funcionários, obedientes, dóceis e perfeitamente inseridos numa cadeia de comando que nasce no Ministério da Educação»
Vozes do PCP: — Exactamente!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — »e vai até à escola, porque até já acabou com os conselhos directivos e com os órgãos colegiais.
Quanto ao «desfasamento da realidade», Sr. Deputado Bravo Nico, permita-me a expressão, é preciso ter algum descaramento. Para um partido que sustenta um Governo que andou até ontem a negar o estado de recessão em que se encontra a nossa economia,»
Vozes do PCP: — Exactamente!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — »e só agora o reconhece, depois de tão óbvio, é preciso ter algum descaramento.
Aplausos do PCP.