28 | I Série - Número: 040 | 30 de Janeiro de 2009
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Afinal, é difícil!
O Sr. Victor Baptista (PS): — » todos o sabemos, não só em Portugal, mas tambçm na Europa, no mundo.
Mas os Srs. Deputados insistem em não reconhecer que há dois momentos na vida portuguesa nos últimos quatro anos. Ora, esse é um erro profundo, porque, seja qual for o Governo, depois de 2009, esta situação manter-se-á. E pelo menos este Governo tem propostas concretas, tem orientações claras e antecipa alguns investimentos, com esta proposta de revisão orçamental. Investimentos que deveriam ser feitos mais tarde, mas que têm um efeito sobre o emprego, e daí alguma divergência entre as projecções da Comissão Europeia e as projecções do Banco de Portugal e do próprio Governo.
Esta é a realidade, uma realidade difícil, mas que a oposição teima em não reconhecer, só porque pensa que ganhará alguma coisa com isso.
E também insistem em não reconhecer alguns aspectos positivos. Srs. Deputados da oposição, não haverá um dia em que, nesta Assembleia, reconheçam que este Governo fez alguma coisa de positivo? Será tudo mau? Não vêem que, ao dizerem que é tudo mau, estão a descredibilizar a vossa própria posição neste Plenário? Esta é a realidade e, em determinados momentos, ela não deve ser escondida.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra, em tempo cedido pelo Grupo Parlamentar do PS, o Sr. Ministro de Estado e das Finanças.
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Enfrentamos, de facto, uma séria situação económica e financeira, com incidências sociais preocupantes. E o Governo tem plena consciência desta situação e dos riscos existentes quanto ao seu agravamento.
É por isso que o Governo não baixa os braços. O tempo é de agir, temo-lo dito muitas vezes. E é isto que nos diferencia dos partidos à nossa direita.
Permitam-me que vos recorde, Srs. Deputados, o seguinte: no início de 2003, a então titular das Finanças ignorou a recessão tçcnica em que o País entrara em finais de 2002,»
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Não compare as recessões!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — » previu um crescimento de 1,3% para 2003 e afirmou — reparem, afirmou! — que não valia a pena pensar fazer fosse o que fosse enquanto a economia europeia não crescesse mais. Em resumo, não fez nada.
A zona euro, em boa verdade, estabilizou o crescimento, entre 2002 e 2003, nos 0,9% e 0,8%. Os Estados Unidos da América aumentaram o crescimento, entre 2002 e 2003, de 1,6% para 2,5%. O Japão aumentou o crescimento de 0,3% para 1,4% e a vizinha Espanha de 2,7% para 3,1%.
Nós, em Portugal, que crescemos 0,8% em 2002, caímos para — 0,8%, em 2003. E porquê? Porque acharam que não valia a pena pensar em fazer fosse o que fosse.
Hoje, Portugal enfrenta uma recessão, ao mesmo tempo que os Estados Unidos da América caem 1,6%. A zona euro cai, em 2009, 1,9%. O Japão cai 2,4% e a vizinha Espanha cai 2%.
E, hoje, como vimos, continuam a achar que não vale a pena fazer nada. Eu discordo inteiramente desta postura. Acho que temos de fazer alguma coisa, e é isso que nos propomos fazer: combater os efeitos da crise. E sabemos o caminho a seguir.
É pena o Sr. Deputado Paulo Portas não se encontrar agora presente na Sala. Ele é hábil em montar concursos do género do Quem quer ser milionário, com perguntas difíceis para subir na escala. E também é hábil em querer manipular as afirmações de terceiros.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Homessa!