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28 | I Série - Número: 047 | 19 de Fevereiro de 2009

poucos horários e horários desarticulados; foram os trágicos acidentes e os muitos incidentes que, no espaço de um ano e meio, provocaram vários feridos e, inclusive, a morte a quatro pessoas.
As responsabilidades andam por aí, pairam nos relatórios contraditórios, mas a responsabilidade política do desinvestimento e abandono da Linha a população sabe bem de quem é!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Em Outubro de 2006, foi decidida uma intervenção de fundo na Linha. Desde esta data ocorreram quatro acidentes e nem isso fez acelerar os necessários melhoramentos.
São estas paisagens, a história, a memória, o significado do comboio no passado mas também no presente que têm a capacidade de potenciar o turismo e o emprego na região. Não a barragem! É preciso investir e modernizar a Linha Ferroviária do Tua e não deixá-la morrer como quer o Governo. Ela é um eixo estratégico fundamental para o desenvolvimento da região.
O Governo deve respeitar as pessoas. A Assembleia Municipal de Mirandela decidiu realizar um referendo local sobre a manutenção da Linha. As populações devem ser ouvidas e respeitadas.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Vou terminar, Sr. Presidente.
A pergunta impõe-se: vai o Governo respeitar a decisão da população se o referendo se realizar? É preciso saber o que pensa o Governo sobre isto.
A barragem do Tua dará um contributo ínfimo para a produção eléctrica nacional: um máximo de, apenas, 0,5%. Os seus impactes são enormes, como é reconhecido no estudo de impacte ambiental.
Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Em resumo, perdem as populações um recurso valioso para a sua mobilidade e economia, perde o ambiente com a afectação significativa de áreas protegidas e importantes, perde o interesse público.
Mas o futuro ainda não está todo escrito. As populações têm uma palavra a dizer e exige-se que o Governo as respeite!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para pedir esclarecimentos, inscreveram-se os Srs. Deputados Bruno Veloso, Abel Baptista, Francisco Madeira Lopes e Fernando Santos Pereira.
Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Veloso.

O Sr. Bruno Veloso (PS): — Sr. Presidente, em primeiro lugar, não posso deixar de dizer que, verdadeiramente, o que está em causa é o desenvolvimento do País e do nordeste transmontano.
O Bloco de Esquerda só agora descobriu a Linha do Tua — descobriu tarde! — e ignora os investimentos que são verdadeiramente importantes para a população do distrito de Bragança. E a população que vive no nordeste transmontano sabe bem que está a ser feito um investimento sem paralelo na sua história, como é o caso do IP2 e do IC5.
Nesta matéria, o Bloco de Esquerda, acompanhado pelo Partido Ecologista «Os Verdes», está sempre contra as propostas do Governo e sempre contra a criação das energias limpas. Aliás, não existe melhor paralelismo nesta matéria do que aquele que tem sido o comportamento do Bloco de Esquerda relativamente à barragem do Baixo Sabor.
O Bloco de Esquerda está, sistematicamente, contra o desenvolvimento sustentado e contra as propostas do Governo! Sr. Presidente e Srs. Deputados, é um facto que Portugal aproveita apenas 47% dos seus recursos hídricos, enquanto outros países, como a Alemanha, a Suécia ou a Noruega, apresentam taxas de aproveitamento acima de 90%.