47 | I Série - Número: 060 | 21 de Março de 2009
Portugal é líder mundial no sector da cortiça, é um líder mundial nas energias renováveis, é um líder mundial em poucos outros sectores, e nós temos de saber aproveitar aquilo em que temos uma vantagem comparativa. Portanto, foi possível, num prazo relativamente curto, montar um programa que, quero aqui dizerlhe, não é apenas um programa de defesa contra a crise, é um programa de afirmação do nosso sector na economia europeia e na economia mundial.
No que se refere ao número de empresas que foram beneficiadas, foram cinco vezes mais do que, por exemplo, em 2004.
É aquela questão das duas caras. É muito difícil para quem não apoiou as PME e fez uma obsessão com a «tanga» e com o Orçamento vir agora dizer que é o grande defensor das PME.
Os portugueses não são parvos, vêem que isso não tem o mínimo de sinceridade e, portanto, não ouvem estas pessoas.
Quanto às linhas de crédito, foram já beneficiadas mais de 23 000 empresas, das quais 18 000 são micro e pequenas empresas.
Aplausos do PS.
As micro e pequenas empresas nunca foram ajudadas como estão a ser agora e nunca tiveram um programa específico como agora têm. E uma vez que já ultrapassámos o número de 18 000, vou aqui lançar o desafio seguinte: quando chegarmos às 20 000, que é um número simbólico, vamos comemorar devidamente esse facto. Não se trata de «amigos», porque se eu tivesse 23 000 empresários amigos e que lhes conhecesse o nome, isso, sim, era matéria para despertar emoção. Mas, modestamente, tenho de confessar que não é o caso e que são os bancos que decidem.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Afonso Candal.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Economia, acima de tudo, o que fica claro desses apoios é que o Governo não está parado. O Governo não tem o discurso da tanga, tem o discurso realista das dificuldades. Sabe que os empresários enfrentam dificuldades, sabe que os trabalhadores e as famílias enfrentam dificuldades.
Mas o Governo não tem também a obsessão do défice, ou seja, o Sr. Ministro já hoje nos apresentou aqui o balanço de várias medidas e de montantes bastante elevados do apoio à economia real num momento de dificuldade.
Portanto, Sr. Ministro, não sei se tem uma visão global do que são os montantes já envolvidos no apoio às empresas e ao tecido produtivo real e aos trabalhadores. Em relação ao sector automóvel, são já milhares os trabalhadores que estão a ser protegidos pelas medidas tomadas por este Governo e que, de outra forma, estariam numa situação muito mais complicada do que aquela em que estão, que, infelizmente, continua a ser complicada.
Mas, perante todas estas situações, o que é que o PSD, o maior partido da oposição, nos diz? Apoiar empresas especificamente? Não! Apoiar grandes projectos de investimento? Não! Apoiar as pequenas e médias empresas no seu investimento? Não! Seguros de crédito para apoiar a exportação das pequenas e médias empresas? Não! Projectos de apoio para modernização do comércio? Não! Campanhas para promoção do turismo português? Não! Bem, Srs. Deputados, o que é que o PSD propõe, já agora, também, fora da sua área especifica? Investimento público? Não! O que é que o PSD propõe?
Vozes do PS: — Zero!
O Sr. Afonso Candal (PS): — Qual é a resposta que o PSD dá aos problemas reais da economia, dos trabalhadores, dos empresários, de quem tem problemas? Nenhuma!