28 | I Série - Número: 088 | 4 de Junho de 2009
Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias.
Hoje é fácil falar de desemprego, mas queremos falar de emprego. Por isso, deixo esta questão ao Sr. Deputado Pedro Mota Soares. Já a fiz no último debate, mas não obtive resposta. O Sr. Deputado tem agora uma segunda oportunidade e vai responder, certamente.
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Laranjeiro (PS): — A pergunta é esta, Sr. Deputado: quando aprovámos, nesta Câmara, um investimento, no âmbito da iniciativa para o investimento e emprego, na ordem dos 2200 milhões de euros, qual foi a posição de voto do CDS-PP?
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Miguel Laranjeiro, antes de mais, gostaria de registar, com algum apreço, que o Sr. Deputado é um Deputado criativo.
O desemprego em Portugal atinge meio milhão de portugueses. E a resposta do Deputado Miguel Laranjeiro é a de que «Sobe, mas sobe com pouca intensidade». Ou seja, o desemprego subir sobe, mas com menor intensidade. Quando o desemprego atingir, porventura, 550 000 portugueses, o Sr. Deputado ainda vai dizer que o desemprego desce, mas para cima!» Todos podemos ser muito criativos com as palavras, mas o que verdadeiramente perpassa na vossa bancada, Sr. Deputado (e eu não lhe dei apenas uma oportunidade, mas cinco ou seis, neste Plenário), é reconhecerem o enorme drama social que as famílias portuguesas atravessam hoje.
Mas, perante este enorme drama social, o Partido Socialista, pelos vistos, é absolutamente incapaz de dizer que, pelo menos, o reconhece.
Sabe, Sr. Deputado, nesta bancada, fazemos o nosso trabalho de casa e eu registei que o Sr. Deputado anunciou um conjunto de medidas que o Governo está a apresentar. No entanto, todos sabemos que entre a propaganda do Partido Socialista e a realidade vai uma grande diferença.
O Sr. Deputado falou das medidas contra o desemprego, nomeadamente dos apoios sociais que o Governo teria dado. Como já referi, tive o cuidado de ir ver aos dados oficiais da segurança social o número de pessoas que estão neste momento a auferir do prolongamento do subsídio social de desemprego. Sabe quantas são, Sr. Deputado? Vou dizer-lhe: existem em Portugal 520 000 desempregados e existem 92 pessoas, de acordo com segurança social, a auferir o prolongamento do subsídio social de desemprego»! Vou repetir, Sr. Deputado: 92 pessoas auferem daquela que foi a «grande medida» social do Governo para combater o fenómeno do desemprego. 92 pessoas!! O que é que o Sr. Deputado chama a isto? Uma subida com menor intensidade? Eu chamo a isto, Sr. Deputado, uma fraude política.
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Queira concluir, Sr. Deputado. Terminou o seu tempo.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — O que o Partido Socialista está a fazer na matéria dos apoios sociais é uma fraude política!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado José Eduardo Martins.
O Sr. José Eduardo Martins (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Vem esta declaração política mesmo na sequência do debate que acabámos que fazer sobre a recessão sem precedentes que o País vive.