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15 DE JULHO DE 2009

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Em desacordo com a opção do Governo nacionalizar o BPN, surgiram opiniões acusando esse acto de carecer de melhor fundamentação: ―Depois daquela conversa, sinceramente, saí de lá com o sentimento de que ou era muito bom e tinha convencido os Srs. Técnicos ou Directores do Banco de Portugal de que,

efectivamente, o plano era viável, ou eles já tinham decidido, antes de eu lá ter chegado, que o plano era

inviável e não valia a pena fazer muitas perguntas, nem insistir. Digo isto porque não houve grande debate:

senti-me ganhador com muita facilidade e, nestas coisas, havia muito para debater e poderia dar uma certa

luta. Mas, efectivamente, não deu grande luta.

Também não compreendo por que é que foram três técnicos da área de supervisão do Banco de Portugal a

fazer uma análise estratégica ao banco, isto é, se do ponto de vista estratégico e financeiro o projecto era ou

não razoável. Sinceramente, para fazer uma análise independente, esperaria que o Sr. Ministro das Finanças

tivesse solicitado a um banco de investimentos, conhecedor da área bancária, e independente, o seu parecer

sobre o nosso projecto. (Prof. Dr. Carvalho das Neves).

Portanto, entendo que o projecto era viável, que deveria ter sido discutido, analisado em maior

profundidade e, na minha opinião, não o foi. A posteriori, é muito fácil dizer que não tem viabilidade!..‖. (Prof.

Dr. Carvalho das Neves).

Acrescentando que ―Haveria a hipótese de se encontrar uma solução que, efectivamente, fosse do domínio privado. Mas essa hipótese não foi dada e isso, na minha opinião, não está devidamente justificado porque,

segundo ouvi dizer, o Sr. Ministro não teria os tais pareceres independentes. Portanto, se não existiam

pareceres de técnicos independentes, então foi a opinião do Sr. Ministro contra a opinião do Dr. Miguel

Cadilhe e da sua equipa.‖ (Prof. Dr. Carvalho das Neves).

―Pergunto: se foi nacionalizada a área financeira, por que é que foi só o BPN e não foi o BPN SGPS?

Porque efectivamente, neste momento, temos alguns conflitos a serem dirimidos, a serem discutidos, com o

BPN precisamente por haver actividades que por serem financeiras deveriam estar no Banco e não estão, e

têm de passar para o Banco, porque nós não as podemos gerir, mas o Banco não quer… Quer dizer, não se

justifica esta situação. Portanto, a ser nacionalizado, a minha opinião é a de que a nacionalização deveria

passar pelo BPN SGPS, e, neste caso, também deveria ser analisado melhor o Grupo. E, quando foi feita a

nacionalização, como quem nacionaliza não conhece o Grupo, desconhece que há algumas empresas na SLN

que desenvolvem actividades como se fossem um departamento do Banco, que são as empresas associadas

às novas tecnologias e que fazem, por exemplo, o serviço da Netpay, a algumas actividades nas áreas

imobiliárias, na intermediação imobiliária, na venda de imóveis e à recuperação de créditos. (Prof. Dr. Carvalho

das Neves).

―Nós tínhamos 350 000 clientes, temos créditos à volta de 7000 milhões de euros, tínhamos depósitos de

6000 milhões de euros e penso que, quando muito, o custo era de 1000 milhões de euros, a diferença entre o

activo e o passivo.‖ (Dr. Meira Fernandes).

O Sr. Almiro Silva respondendo à seguinte pergunta do Sr. Deputado Hugo Velosa: E, já agora e para terminar, gostaria de saber o seguinte: sendo um accionista de referência em termos de posição accionista, e

tendo sido, entretanto, determinada a nacionalização do BPN, pergunto-lhe se, nessa situação de accionista e

accionista de referência, entende que se justificou essa nacionalização ou se haveria outras alternativas à

nacionalização, diz o seguinte: Quer dizer, eu penso que talvez houvesse outras alternativas. Também não as conheço, mas o Dr. Miguel Cadilhe tentou algumas situações para resolver o problema, não conseguiu e

houve a nacionalização, assumindo no entanto que Nem agora nem nessa altura tínhamos conhecimento de tudo. Não tínhamos conhecimento de tudo e eu nem tinha conhecimento das coisas que se estavam a passar.

Também o Dr. Franquelim Alves referindo-se à questão da intervenção do Estado, afirmou: o que disse foi que me parecia que, em qualquer circunstância, face à dimensão dos problemas, era necessário haver uma

intervenção do Estado, sendo que não defendi que ela tinha que ser necessariamente a nacionalização, mas

que teria que haver uma solução com o suporte do Estado, pois penso que isso era indispensável. Outros depoimentos, como o do Dr. Rui Pedras, terão sido um pouco mais ambíguos, sem concluir qual a

opção que na sua opinião elegeriam: vou começar pela primeira questão sobre a nacionalização versus plano Miguel Cadilhe, qual o mais caro para o contribuinte, ou seja, qual o custo. Basicamente foi esta a questão que

me colocou.

Não é que seja difícil, mas é complicado explicar este meu ponto de vista no curto espaço de tempo de que

disponho, mas sobre isso diria – e estou na dúvida como é que vou responder, porque as pessoas vão ficar