18 | I Série - Número: 006 | 25 de Setembro de 2010
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Olha quem fala!»
O Sr. Jorge Costa (PSD): —  Aqueles que hoje pedem novos e pesados sacrifícios aos portugueses são os mesmos que ainda há poucas semanas assinavam contratos e tomavam decisões com graves consequências para o futuro.
O Ministro das Obras Públicas, com o que disse aqui hoje, parece ignorar aquilo que o Ministro de Estado e das Finanças veio aqui ontem dizer, ou seja, que vai aumentar impostos. E continua o Ministro das Obras Põblicas a anunciar novos projectos, com mais encargos para os portugueses»! Ontem, a mensagem do Ministro das Finanças, aqui, era cortar, cortar, cortar, hoje, a mensagem do Ministro das Obras Públicas é gastar, gastar, gastar.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Jorge Fão (PS): — Onde é que ouviu isso?
O Sr. Jorge Costa (PSD): — Sr. Ministro, para ser sério e rigoroso, deveria afirmar aqui que quem pagará a factura daquilo que o Governo hoje anuncia como gastar, gastar, gastar, serão os que vierem a seguir. A tudo isto assiste o Ministro das Finanças, que se demite da sua responsabilidade, qual guardador de impostos.
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Jorge Costa (PSD): —  Vou terminar, Sr. Presidente.
Não tenhamos ilusões: se Portugal não resolver os seus problemas alguém o fará, mas com um custo muito superior para todos.
Diz o nosso povo que «cada um faz a cama em que se vai deitar»; por este andar, o Governo, se não arrepiar caminho, poderá nem sequer ter cama para se deitar!»
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Heitor Sousa.
O Sr. Heitor Sousa (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, o CDS promoveu esta iniciativa parlamentar para investir, de novo, contra o investimento público, contra a economia e o emprego.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Exactamente!
O Sr. Heitor Sousa (BE): —  A direita, ao opor-se à realização do projecto de construção da linha de alta velocidade que liga Lisboa a Madrid, quer dizer aos portugueses que a rede europeia de alta velocidade deve parar em Madrid; que os portos portugueses não poderão vir a ser portas de entrada das mercadorias para os destinos ibéricos e europeus; que a economia portuguesa continuará sem alternativa ferroviária, pois por vontade da direita não vai haver linha nenhuma.
Se querem que a Europa termine em Madrid, têm a nossa resposta: fazemos parte da Europa e não aceitamos que o País se torne numa periferia atrofiada.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Muito bem!
O Sr. Heitor Sousa (BE): — Se querem acabar com o investimento público para promover o desemprego, têm a nossa resposta: não aceitamos a estratégia indecente de agravar a crise para promover a precariedade, para baixar os salários e para destruir a economia portuguesa.