O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

21 | I Série - Número: 034 | 6 de Janeiro de 2011

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Menezes.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Portugal vive, neste ano que agora se inicia, um período de grande incerteza face ao futuro mais próximo.
Os portugueses começam a sentir, a partir deste mês, as enormes restrições que o Orçamento de Estado para 2011 lhes vem impor.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Que lata»Atç parece que votaram contra o Orçamento!

O Sr. Luís Menezes (PSD): — E não vale a pena escamotear este facto com a alegação de que a nossa situação não é única no mundo.
Houve uma crise internacional que mexeu com as fundações de todo o sistema financeiro a nível mundial, mas, não sendo uma situação única, também não é uma situação generalizada.
Infelizmente, Portugal está enquadrado num pequeno lote de países que, como corolário de governações incapazes, apresentam défices gravíssimos das suas contas públicas. Alguns já perderam todo o controlo da sua soberania financeira, como são os casos da Grécia e da Irlanda, outros estão na iminência de a perder — entre estes estamos, para nossa preocupação, nós próprios, a Espanha e até a Itália.
Mas, no nosso país, o facto de termos chegado onde chegámos é muito mais grave, e é mais grave porque a situação a que o Governo socialista levou o País em 2009 há muito que vinha sendo referida como insustentável.
Durante esse ano, o PSD fez reiteradamente esse aviso ao Governo.
Em Julho e Agosto de 2009, já todos previam, desde a oposição em uníssono à grande maioria de economistas e entidades independentes, que o défice orçamental fosse para próximo dos 9% — todos, não!, porque o Governo е о Partido Socialista quiseram continuar a viver no «País das maravilhas«»! Dizia então o Sr. Primeiro-Ministro vezes sem conta que o País precisava de optimismo, que a oposição era o rosto do pessimismo e que não havia problema nenhum com as nossas contas públicas.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, neste ano que se inicia, podemos dizer com toda a certeza que aquilo de que o País precisava em 2009 era de realismo por parte de quem conduzia os destinos do Governo.
O que o País precisava em 2009 era de um governo que tivesse agido a tempo e horas e que tivesse dito a verdade aos portugueses sobre a real situação financeira do País.
Infelizmente, para todos os portugueses, o calculismo eleitoral do Governo socialista falou mais alto nesse ano; 2009 foi um ano onde о Governo foi pródigo no anúncio e concretização de medidas que tiveram tanto de eleitoralistas como, infelizmente, de irresponsáveis.
Podemos dizer, com clareza, que o Partido Socialista preferiu olhar para os seus interesses partidários, procurando assegurar a manutenção do poder a qualquer custo, preterindo, assim, o interesse primeiro do destino do País e do futuro dos portugueses.

Aplausos do PSD.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: É importante falar do passado recente para perceber como chegámos a esta situação.
O Orçamento do Estado para 2011, tal como foi apresentado, não era uma escolha entre o bem e o mal, ou entre o certo e o errado.
Os últimos 15 anos de governação socialista quase ininterrupta só permitiram escolher entre o «mal menor» e a «catástrofe iminente»! Foi neste momento, um dos mais difíceis da nossa vida em democracia, que o PSD assumiu o seu papel enquanto partido responsável e com vocação governativa.
Foi uma decisão difícil, mas no entender do PSD o caminho mais fácil traria sérias consequências para o País e para o futuro que queremos dar às gerações vindouras.