22 | I Série - Número: 045 | 29 de Janeiro de 2011
noite das eleições notei no seu discurso: «Ah, estas eleições significam o quê? Uma mudança de ciclo, uma mudança política!»» Ó Sr. Deputado, acho que essas suas manifestações de oportunismo político não acrescentam nada a um partido, nem acrescentam nada a um político que tem a dimensão, a aspiração e a ambição de vir a ser poder no nosso País.
Aplausos do PS.
Risos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, acho que, sem se dar conta, V. Ex.ª acabou de demitir o Ministro da Administração Interna»
Risos e aplausos do CDS-PP.
Sr. Primeiro-Ministro, se o que se passou não se devia ter passado, se havia informação suficiente para perceber que se podia passar, se devia ter sido previsto e o não foi, então, Sr. Primeiro-Ministro, acha que é o técnico que tem a responsabilidade ou é o político, que devia prever, que deve assumir a responsabilidade?
Aplausos do CDS-PP.
Depois, acho que não é feliz essa ideia de acusar os outros de terem conclusões, porque estou a cingir-me à responsabilidade política, quando o Sr. Ministro da Presidência — que está sentado ao seu lado e que, julgo, ainda não conhece o inquérito» — diz que o assunto é técnico. Se ainda não conhece o inquérito, como é que sabe? Mas, Sr. Primeiro-Ministro, há coisas que sabemos — e vou acrescentar mais uma, porque fazemos o nosso trabalho de casa bem feitinho,»
O Sr. Primeiro-Ministro: — A sério?!».
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — » que ç uma coisa que vos custa, mas ç normal»! É para isso que a oposição aqui está!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, em 2009, foram escritas 400 000 cartas aos eleitores que custaram cerca de meio milhão de euros. Em 2011, era preciso escrever cerca de 1 milhão de cartas — custava o dobro fazer esse trabalho para que os eleitores não fossem prejudicados, ou privados, ou dissuadidos de votar, que é um direito elementar pelo qual muita gente lutou em Portugal durante muitas décadas!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Depois, Sr. Primeiro-Ministro, fique a saber outra coisa: o valor que os serviços eleitorais pediram para conseguir fazer o trabalho nas eleições em condições — para pagar os tempos de antena, que, aliás, são uma inutilidade, para pagar às pessoas que vão para as mesas eleitorais, para pagar as campanhas institucionais e a correspondência para os eleitores — foi 9,8 milhões de euros. Foi isso que os serviços eleitorais pediram para fazer a primeira volta das eleições totalmente em condições. A informação que temos é a de que lhes foram dados 0,7 milhões de euros, ou seja, 13 vezes menos»!