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31 | I Série - Número: 050 | 11 de Fevereiro de 2011

Aplausos do BE.

Até lhe digo mais: cada partido decidirá como entender. É assim a democracia.
Mas o Partido Socialista, Sr. Primeiro-Ministro, faltou à esquerda. Se o Partido Socialista estivesse na esquerda, então teria havido tributação sobre os dividendos.

Vozes do BE: — Muito bem!

Protestos do PS.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Se o Partido Socialista estivesse na esquerda, não teria havido redução do abono de família, não teria havido redução dos salários, não haveria 300 000 trabalhadores desempregados sem subsídio de desemprego.
O senhor diz que luta pela sua agenda. O senhor luta para que os trabalhadores financiem um fundo para os despedir a eles próprios. O senhor luta para que no fim deste mês possa ser proposta de lei a diminuição da indemnização do despedimento, para tornar mais barato o despedimento. A sua obsessão, Sr. PrimeiroMinistro, é liberal, é destruir o contrato, é destruir o emprego.
Foi isso que fez na função pública! Quem generalizou o contrato individual na função pública?! Quem instaurou a regra do despedimento colectivo, possível na lei, na função pública?! Foi este Governo, totalmente liberal e comprometido com a política do FMI.

Aplausos do BE.

Mas, Sr. Primeiro-Ministro, tenha a certeza de uma coisa: o Bloco de Esquerda nunca falta à esquerda.

Protestos do PS.

Hoje, é preciso enfrentar a política que está a destruir gerações sacrificadas. O senhor sacrifica os trabalhadores do recibo verde, os precários mais jovens, os mais qualificados, os trabalhadores que querem uma oportunidade.
Reparo na sua discussão com a direita e na enorme hipocrisia que há nela. O Sr. Primeiro-Ministro criticava a direita, dizendo que a direita privatiza. Aliás, corrijo: o Sr. Primeiro-Ministro diz de outra forma, diz que a direita só conhece o verbo «pri-va-ti-zar» — é assim que diz. E os CTT, que o senhor quer vender?! E a Galp, que o senhor quer vender?! E a EDP, que o senhor quer vender?! E a REN, que o senhor quer vender?!E os comboios, que o senhor quer vender?!E os hospitais de Braga e de Vila Franca de Xira, entregues ao Grupo Mello?! E o hospital do Algarve, entregue ao Grupo Espírito Santo?! O senhor está a destruir uma política económica que tinha que recuperar o emprego.
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, também lhe peço um favor: chame o que quiser à sua política de desemprego, mas não lhe chame de esquerda. De esquerda é que a sua política de desemprego não é! De esquerda é que a sua política de recibos verdes não é! De esquerda é que a sua política de «despedimentos Simplex» não é! E, nós, Sr. Primeiro-Ministro, nesta crise e no beco sem saída em que estamos, sim, precisamos de esquerda, sim, precisamos de esquerda unida, sim, precisamos de esquerda determinada, sim, precisamos de luta, sim, precisamos de um Governo de esquerda, e esse é o combate do Bloco de Esquerda.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, se me permite, uma observação prévia.