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I SÉRIE — NÚMERO 68

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A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro: Estava eu a dizer ao Sr.

Primeiro-Ministro que quando o senhor afirma que «prosseguirá as suas políticas custe o que custar» está a

afirmar, na verdade, que não dá qualquer relevância ao resultado prático dessas políticas na vida concreta das

pessoas.

E já se percebeu nestes debates quinzenais que cada vez menos o Sr. Primeiro-Ministro gosta de falar da

vida concreta das pessoas,…

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não, não!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — … mas lamentamos, Sr. Primeiro-Ministro, porque é para isso que

nós cá estamos, ou seja, para chamar à razão o Governo!

E não é preciso sermos muito imaginativos, Sr. Primeiro-Ministro, para agarrarmos em exemplos concretos

e trazê-los aqui para demonstrar ao Sr. Primeiro-Ministro o desastre das políticas que tem prosseguido.

Vamos a alguns exemplos.

Começo por referir o abandono do ensino superior por parte de estudantes com condições económicas

extraordinariamente difíceis. Neste ano letivo, já se contam em mais de 3300 os que abandonaram o ensino

superior por essa razão, que foi confirmada pelos serviços sociais. Tal decorre, portanto, das condições

económicas desses estudantes e da sua dificuldade de acesso às bolsas — como sabe, Sr. Primeiro-Ministro,

este ano, mais estudantes não tiveram acesso às bolsas, apesar das condições de vida serem muito mais

difíceis.

Sr. Primeiro-Ministro, há mais de 400 000 jovens no desemprego. Pelo menos um em cada três jovens está

desempregado, o que é uma situação absolutamente dramática.

Sr. Primeiro-Ministro, há corpos de bombeiros que estão em risco de encerrar por falta de financiamento,

afetando serviços essenciais às populações, designadamente o transporte de doentes.

Poderia dar aqui exemplos de uma forma infindável, mas aquilo que se está a verificar é que este País está

a deixar de funcionar. Pergunto, pois, ao Primeiro-Ministro de Portugal se tem consciência concreta disso e se

acha normal.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, não, o País não está a deixar

de funcionar. Não está, Sr.ª Deputada. Posso garantir-lhe que não está.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Ah, pois não!..

O Sr. Primeiro-Ministro: — O País está a viver com grandes dificuldades — todos os portugueses sabem

isso. Nós estamos numa situação de emergência nacional — os portugueses sabem isso. E é porque sabem

isso que os portugueses estão, com muito sacrifício, a fazer tudo o que podem para ajudarem a recuperar o

seu País.

As funções essenciais do Estado, Sr.ª Deputada, estão preservadas, quer ao nível da saúde, quer ao nível

da educação, quer ao nível da segurança, quer ao nível da justiça. São funções essenciais, e estão

asseguradas, não obstante as grandes dificuldades que temos.

Sr.ª Deputada, eu não crio mitologias, nem fantasias. Sei que o País está a atravessar uma situação de

grande dificuldade e quando digo que cumpriremos as nossas obrigações custe o que custar não estou só a

falar do Governo, estou a falar do País,…

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Ah, pois está!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … porque eu sinto, como muitas vezes aqui tem sido sugerido, que o País não

quer seguir um caminho de «deitar a toalha ao chão», de dizer que não pagamos e que vamos reestruturar a

dívida.

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