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8 DE MARÇO DE 2012

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sabendo que não calaremos as vezes que for necessário essas injustiças e a razão que assiste a essas

pessoas.

Aplausos do PCP.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Custe o que custar!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Mas queria terminar esta intervenção com uma questão, talvez

inspirado pelo convite que fez ao Sr. Deputado António José Seguro para que diga aos desempregados, às

pessoas com mais dificuldades que «temos aqui um Governo capaz de resolver os problemas».

Curiosamente, ontem, estava eu em Aveiro, mais precisamente na zona industrial de S. João da Madeira,

com desempregados, com trabalhadores com subsídios e salários em atraso e com trabalhadores de uma

empresa em lay off e, sabe, Sr. Primeiro-Ministro, aproveitando esse convite que fez ao Sr. Deputado António

José Seguro, quero dizer-lhe: «Vá lá!» Porque houve uma trabalhadora que disse: «Gostávamos de ter aqui o

Primeiro-Ministro para lhe dizer umas coisas.» Era para lhe perguntar como é que é possível que quem vive

com 450 € por mês, com um filho que anda a estudar, pode viver com o salário e o subsídio em atraso, sem

nenhuma atenção, sem nenhuma intervenção, designadamente da Inspeção de Trabalho.

Aproveito este debate para lhe fazer o convite: vá lá à Califa, vá lá às empresas de São João da Madeira

que estão com dificuldades e, com certeza, despertará para a realidade, que continua a negar nestes debates.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, eu não nego realidades! O

Sr. Deputado está equivocado!

Eu não digo que não há desemprego em Portugal, Sr. Deputado! Eu não digo que as famílias portuguesas

não estão a fazer sacrifícios importantes, Sr. Deputado!

Portanto, Sr. Deputado, não atribua ao chefe do Governo aquilo que o chefe do Governo não faz! É

justamente porque conhecemos essa realidade e porque a queremos alterar e superar que estamos a

trabalhar!

Sr. Deputado, se o convite amável que me fez para uma espécie de roteiro pelo País é, porventura,

inspirado por alguma ideia de que o comportamento do Primeiro-Ministro possa deixar antever dificuldade em

conversar com os portugueses ou em ouvir o que os portugueses têm para dizer, então, pode o Sr. Deputado

aproveitar bem o seu trabalho programando o roteiro que gostaria que eu fizesse, porque eu estarei muitas

vezes a falar com os portugueses, como, de resto, tem sido patente.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Tem de aprender a ouvir sem o «pau nas costas»!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não tenho nenhuma dificuldade nem em ouvir os portugueses, nem em dar a

cara pelas decisões que tomo, nem em explicar aos portugueses a situação que se vive. Justamente porque

faço isso é que, independentemente de os portugueses concordarem comigo ou não, me respeitam, como eu

respeito os portugueses, Sr. Deputado!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Foi um convite, não foi uma ameaça!

A Sr.ª Presidente: — Para formular as suas perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.