20 DE SETEMBRO DE 2012
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O Sr. Ministro da Educação e Ciência: — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: O Sr. Deputado Rui Santos,
com o brilhantismo parlamentar que lhe é habitual, perguntou onde é que eu teria passado as férias.
Vou dizer-lhe, Sr. Deputado: passei no 12.º andar de um edifício do Ministério da Educação, reunido, em
quase permanência, com os diretores regionais, que passaram todos os meses de junho e de julho a trabalhar
com os diretores.
Aplausos do PSD do CDS-PP.
Depois, também com o brilhantismo parlamentar que lhe é habitual, o Sr. Deputado disse que eu nem
sequer visitei uma escola.
Peço desculpa, Sr. Deputado, mas deixe-me tentar algum jeito parlamentar, perguntando-lhe se o Sr.
Deputado escreveu esse discurso nas férias. Na realidade, os Srs. Secretários de Estado e eu visitámos, nos
últimos seis dias, 10 escolas e eu ainda hoje de manhã estive numa escola, a visitá-la.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Portanto, Sr. Deputado, aconselhava-o a estar mais atento à televisão, que tem mostrado as visitas, às
notas de imprensa do Ministério da Educação e às notas de agenda do Ministério da Educação, que
registaram todas as nossas visitas. Foram 10 visitas!
E, mais, Sr. Deputado: não parámos agora, vamos continuar, para a semana, a visitar escolas, não para
fazer uma abertura formal do ano letivo, não para pompa e circunstância, mas para outra coisa: para
acompanhar as escolas, para saber o que se está a passar nas escolas, para saber melhor como é que os
diretores e os responsáveis das escolas conseguiram fazer isto com o apoio do Ministério da Educação, com o
nosso apoio.
Depois, é muito claro pensar no seguinte: basta ver a forma como as duas associações de diretores
escolares — as duas, repito — elogiaram publicamente a forma como foi aberto este ano letivo, para ver que
algum sucesso houve, e não só dos diretores como também dos seus diretores regionais, como também dos
coordenadores das escolas, como de todos os professores, que passaram grande parte das férias a trabalhar
para que isto acontecesse.
O Sr. Deputado falou da escola dual. Os Srs. Deputados terão tanto horror quanto eu tenho a uma escola
que separe os pobres dos ricos.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Não parece!
O Sr. Ministro da Educação e Ciência: — Por isso é que estamos a fazer uma escola exigente, porque
não queremos que a escola funcione de tal maneira que os filhos dos ricos tenham sempre a oportunidade de
ir para colégios privados enquanto os filhos dos pobres são, muitas vezes, obrigados a ficar em escolas da sua
vizinhança, onde a exigência não é a que pretendemos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Disse desde o princípio, desde a primeira vez que estive nesta Assembleia: a exigência é amiga dos
pobres. A exigência da escola é a melhor arma que podemos dar para que todos tenham oportunidade de
sucesso. Disse-o e mantenho!
Protestos do PCP.
No que se refere ao ensino profissional e vocacional, há muitos preconceitos intelectuais, e muitos desses
preconceitos intelectuais provêm de áreas políticas que não os deviam ter.
Ora, na realidade, o que queremos fazer e o que estamos a fazer é a oferecer oportunidades diferentes.
Estamos a oferecer oportunidades aos jovens que queiram seguir uma via vocacional, que, em determinada
altura, eles sintam como mais apropriada e tendo autorização dos encarregados de educação para o fazer,