21 DE SETEMBRO DE 2012
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O Sr. Pedro Farmhouse (PS): — Sim, Sr.ª Presidente, é para uma interpelação à Mesa, na qual pedia,
através da Mesa, que fosse distribuída ao Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim a proposta de lei n.º 60/XI (2.ª),
que o anterior governo apresentou nesta Assembleia da República e que só não foi discutida porque,
entretanto, a Legislatura acabou.
Não é verdade aquilo que o Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim disse aqui, porque já houve, da parte do
Partido Socialista, não só enquanto partido mas também enquanto governo, propostas para a revisão da lei de
bases.
Portanto, pedia, através da Mesa, que fosse distribuída a proposta de lei n.º 60/XI (2.ª), que o anterior
governo apresentou nesta Assembleia da República.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, com boa vontade, ambos os casos se reconduzem a uma base de
interpelação à Mesa. Serão, naturalmente, atendidos os pedidos que os Srs. Deputados acabam de formular.
Termina aqui o debate. Cumprimento a Sr.ª Ministra da Agricultura e os Srs. Secretários de Estado, aos
quais desejo bom trabalho, e aproveito para dar as boas-vindas ao Sr. Ministro da Economia e ao Sr.
Secretário de Estado, que vêm ao Plenário para o debate, na generalidade, da proposta de lei n.º 87/XII (1.ª)
— Estabelece o regime jurídico de criação, organização e funcionamento das associações públicas
profissionais, que se segue na ordem do dia.
A ordem das intervenções, neste debate, é a que segue: primeiro, abre o debate o Sr. Ministro da
Economia; em seguida, estão já inscritos os Srs. Deputados Luísa Salgueiro, do PS, Artur Rêgo, do CDS-PP,
João Oliveira, do PCP, Clara Marques Mendes, do PSD, para além de outras inscrições que possam ocorrer e
ainda não estão registadas na Mesa.
Para abrir o debate, dou a palavra ao Sr. Ministro da Economia.
Faça favor, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego (Álvaro Santos Pereira): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados: No primeiro ano de mandato, o Governo implementou toda uma série de reformas estruturais
destinadas a remover os obstáculos que têm impedido o crescimento da economia nacional, reformas que
são, assim, essenciais para promover a competitividade da nossa economia e a produtividade nacional.
Neste sentido, o Ministério da Economia e do Emprego está empenhado, desde o primeiro minuto, em
promover um mercado de trabalho mais aberto, mais flexível, mais inclusivo. Um mercado de trabalho com
menos precariedade, mais democrático.
Este é um desafio que ganha, no atual contexto de ajustamento de todos os sectores da economia, uma
particular relevância.
Como é sabido, as associações públicas profissionais desempenham um papel importante na sociedade
portuguesa, na medida em que asseguram a autorregulação de profissões altamente qualificadas, necessária
para a garantia dos serviços prestados pelos respetivos profissionais.
Atualmente, existem em Portugal 17 associações públicas profissionais, que sujeitam o acesso à profissão
a regras diferentes, muitas delas enquadradas em regimes jurídicos absolutamente distintos. Em alguns
casos, impondo a quem quer aceder e exercer uma profissão regulamentada requisitos injustificados ou
desproporcionados.
É urgente mudar este panorama. É preciso democratizar o acesso ao mercado de trabalho.
Recordo que, em 2008, esta Câmara aprovou um regime jurídico de criação, organização e funcionamento,
somente para as novas associações públicas profissionais. Esta não foi a reforma necessária, deixou-se de
fora uma parte significativa de profissões e foi criado um regime desequilibrado e desigual.
Por isso, era preciso dar uma resposta eficaz a esta questão, através da criação de um regime mais
abrangente, equitativo e atual, um regime que assegurasse uma melhor articulação com os direitos, liberdades
e garantias, consagrados na Constituição, em especial, com a liberdade de escolha de profissão.
É isso que estamos aqui a propor com este diploma.