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I SÉRIE — NÚMERO 5

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O Sr. Miguel Freitas (PS): — Já agora, gostaria também de dizer-lhe que dar a ideia de que houve um

aumento da cultura do milho por obra e graça desta governação, quando, como sabemos, isso se fez

essencialmente no Alqueva, obra que este Governo começou por contestar e só mais tarde veio a reconhecer

como importante, é também, do nosso ponto de vista, um despropósito.

Mas há ainda outra questão que me parece mais importante salvaguardar.

Sr. Deputado, é verdade que há coisas que correm bem, mas, na realidade, continuamos a ter, em

Portugal, uma pequena agricultura que passa mal, os agricultores continuam a ter extremas dificuldades — e

não é de agora, é de sempre! —, continuamos a ter adegas cooperativas que passam por momentos muito

complicados e hoje temos uma realidade distinta de pequenos empresários que não têm capacidade de

financiamento, mesmo quando têm mercados lá fora.

Sr. Deputado, tive oportunidade de ir ao Douro este fim-de-semana e contactar com vários operadores que

têm mercados de exportação mas não têm financiamento para as suas empresas e, por isso mesmo, estão a

passar momentos de grande dificuldade. E é para essa matéria que esperamos, Sr. Deputado — e é esta a

pergunta que lhe deixo —, que o Governo tenha soluções.

Espero que o Sr. Deputado possa partilhar desta nossa ideia.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Abel Baptista.

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Miguel Freitas, agradeço as suas

questões.

Provavelmente, expressei-me mal, ou, eventualmente, o Sr. Deputado não me ouviu bem. Não disse que

tudo isto que está a acontecer é por obra e graça deste Governo.

Vozes do PS: — Ah!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Como é evidente!

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Isto é, sobretudo, por obra e graça dos agricultores, por obra e graça

das empresas agrícolas, muito por obra e graça dos agricultores portugueses que resistiram às péssimas

políticas do governo do Partido Socialista.

Aplausos do CDS-PP.

Sr. Deputado, não lhe queria dar muitos exemplos, vou dar-lhe só um. Disse aqui, na minha intervenção,

que houve um crescimento de 4% da área do cultivo de milho em grão, de 2011 para 2012 — nem sequer é

um dado do Governo, é da ANPROMIS (Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo).

Vou dar-lhe um outro dado: no mesmo documento que a ANPROMIS divulga, de 2008 para 2009, deixaram

de ser cultivados cerca de 20 000 ha de milho, ou seja, passámos de 102 000 para 84 000 ha de milho.

Provavelmente, os agricultores, nessa altura, não tinham grande confiança naquilo que estava a acontecer no

governo.

Portanto, aquilo que estou a dizer é que não é uma questão do Governo, é também uma transmissão de

confiança do Governo para os agricultores, porque esses é que são os responsáveis pelo crescimento da

produção agrícola e da exportação. São eles, os agricultores, não é mais ninguém!

Porém, não devemos estar aqui para dificultar, e o senhor sabe bem que, num governo do seu partido,

houve um Ministro da Agricultura que bem dificultou a atividade dos agricultores, mas sobre isso não vamos

falar mais porque teríamos muito para falar!

Sei que o País tem dificuldades. Sei que as empresas agrícolas e agroflorestais têm dificuldades de acesso

ao crédito, como toda a economia tem. Esse é o problema no qual o Governo estará com certeza a trabalhar,

não é uma competência exclusiva do Ministério da Agricultura, seguramente, mas, no âmbito da agricultura,

este Governo não deixará de conseguir acompanhar o que é necessário, que é financiar a tesouraria das