O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28 DE SETEMBRO DE 2012

25

Vozes do PSD: — Muito bem!

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — O PSD sempre defendeu as virtualidades do diálogo social…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Só na teoria!

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — … e por isso saúda o Governo por o ter praticado de uma

forma tão efetiva.

Reconhecemos que, com esta proposta de lei, se afastam artificiais diferenças entre trabalhadores do

sector público e trabalhadores do sector privado, que, quando existem, geram mal-estar social e sentimentos

negativos de uns para com os outros.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Ferro Rodrigues.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Aiveca.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: O que

hoje discutimos é uma versão agravada do Código do Trabalho para os trabalhadores da administração

pública.

Punha à cabeça, para que todos saibamos, particularmente para que os trabalhadores da administração

pública saibam, que está aqui encontrado o mecanismo que vai consubstanciar o maior despedimento de

sempre em Portugal, já anunciado pelo seu Governo: o senhor diz que quer despedir 100 000 funcionários

públicos.

Ora, esta proposta permite-lhe que os despeça, chamando até despedimento por mútuo acordo, sem que

haja nenhum acordo nem nenhum pronunciamento dos trabalhadores e das trabalhadoras. Basta ler o artigo

255.º. Se assim não for, Sr. Secretário de Estado, explique lá onde é que encontra o acordo do trabalhador.

Os que os senhores querem é despedir os 100 000 funcionários públicos!

Depois, dizem os senhores que é para adequar e harmonizar toda a legislação de trabalho, tornando a

administração pública mais moderna, como disse a Sr.ª Maria das Mercês Soares, do PSD. Mais moderna?

Corta as horas extraordinárias para metade, corta o trabalho em dia de descanso obrigatório para metade,

permite, sem o acordo dos trabalhadores e das trabalhadoras, que sejam deslocados até 60 km da sua

residência. Sr.ª Deputada, moderno? É moderno obrigar, particularmente as mulheres trabalhadoras da

administração pública, a fazerem 120 km por dia sem o seu acordo e sem nenhuma compensação? Onde é

que está a modernidade?

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Não é sem nenhuma compensação! É com compensação!

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Depois, Sr. Secretário de Estado, há uma outra coisa que vai ter de

explicar: o senhor sustenta esta proposta dizendo que ela decorre do plano de assistência financeira. Ora,

esse plano tem uma duração. Explique lá, então, qual é a duração destas alterações, porque eu creio que é

para sempre. Os senhores dizem sempre que vêm fazer legislação transitória mas ela é definitiva!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís

Ferreira.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs.

Deputados: O Governo apresentou hoje uma proposta para alargar aos trabalhadores do sector público as

gravosas injustiças que impôs aos trabalhadores do setor privado.