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28 DE SETEMBRO DE 2012

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meses 67% do salário e ao fim de 10 meses 50%; aumenta em 2h por dia, 10h por semana, o horário de

trabalho mesmo contra vontade do trabalhador; corta para metade o pagamento do trabalho extraordinário em

dia normal, folga ou feriado; elimina a possibilidade do trabalhador substituir o descanso compensatório pelo

pagamento do trabalho extraordinário; elimina a possibilidade de utilizar 6 horas semanais por parte do

trabalhador-estudante e rouba mais quatro dias de descanso a estes trabalhadores.

Com esta proposta, o Governo é responsável direto pela destruição de emprego e agravamento brutal do

desemprego, do empobrecimento generalizado.

Do PCP podem contar com a nossa total oposição. Da parte dos trabalhadores, no próximo dia 29, vai

ouvir-se a sua voz na luta por um outro País, por uma outra política e por outro governo, Sr. Secretário de

Estado.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Secretário de

Estado da Administração Pública.

O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Sr. Presidente a minha intervenção será muito

breve, dirigida, sobretudo, à bancada do PS e à Deputada Isabel Santos.

De facto, a Sr.ª Deputada anunciou a sua surpresa relativamente à minha intervenção. Não posso deixar de

manifestar também a minha grande surpresa relativamente à sua intervenção. Isto porque o que o Governo

agora fez foi dar continuidade a uma reforma que o Partido Socialista iniciou em 2008, com a aproximação dos

regimes laborais da Administração Pública ao Código do Trabalho, que levou à aprovação do regime do

contrato de trabalho em funções públicas, que é, aliás, muito alinhado com o Código do Trabalho.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Isso é bem lembrado!

O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — O que nós fizemos foi valorizar essa reforma e

dar-lhe continuidade.

Portanto, de facto, a surpresa é manifesta. Eu já tinha tido oportunidade de trocar estas impressões com a

Sr.ª Deputada…

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Sr. Secretário de Estado, queira concluir.

O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública: — Sr. Presidente, gastando mais 10 segundos,

há um outro aspeto relevante que aqui gostaria de deixar para reforçar a ideia de que esta revisão legislativa

teve o acordo da FESAP, que é o sindicato afeto à UGT e que trabalhou connosco no aprofundamento destas

propostas.

Portanto, há aqui um consenso e um trabalho conjunto, baseado em estudos e em partilha de posições.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Aiveca.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado, o senhor não respondeu à

questão maior de como é que vai fazer para despedir 100 000 funcionários públicos, porque é através desta

lei, não respondeu ao anúncio do seu Governo.

Hoje é o dia em que os funcionários públicos ficam a saber como é que vão ser despedidos. O senhor

chama «rescisão por mútuo acordo», mas o trabalhador nunca é ouvido e o senhor sabe que isto está previsto

na lei.

O senhor veio dizer-nos que quer adequar à Administração Pública uma lei moderna, mas é uma lei do

«corte»: corta para metade as horas, já roubou os subsídios a funcionários públicos e pensionistas, corta para

metade o seu descanso, obriga a uma mobilidade forçada. Portanto, esta é uma lei que, de facto, dá a nota