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28 DE SETEMBRO DE 2012

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Aproveitando também a oportunidade da presença do Sr. Secretário de Estado, gostaria de lhe perguntar

se nos pode garantir que, em 2013, não haverá nova subida das tarifas da energia elétrica e do gás natural.

Aplausos do PCP.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Boa pergunta!

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Também para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Hortense Martins, do Partido Socialista.

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as

e Srs. Deputados: O PS

considera que a regulação é fundamental para assegurar uma maior competitividade empresarial e para que

as famílias possam ter custos mais adequados, tanto em termos de eletricidade quanto em termos de gás.

O Estado tem vindo a alienar a sua posição nas empresas produtoras de eletricidade, motivo pelo qual

ainda é mais importante a existência de uma boa e efetiva regulação, no sentido de os direitos dos

consumidores serem protegidos.

Este diploma vem atribuir poderes sancionatórios à entidade reguladora junto das empresas que fiscaliza, o

que decorre da transposição das diretivas da União Europeia e do estabelecido no Memorando da troica.

Os novos Estatutos da ERSE foram publicados esta semana, com o objetivo de reforçar os poderes

regulatórios e a independência da ERSE.

Todos sabemos que o mercado vai ter uma alteração profunda a partir de 1 de janeiro, com a liberalização

dos preços do gás e da eletricidade para mais de 5 milhões de clientes, que representam cerca de 60% do

consumo global dos consumidores com tarifa regulada.

Mas, Sr. Secretário de Estado, será que bastam novos Estatutos e mais poderes para que, efetivamente, a

regulação consiga ter reais efeitos, de acordo com os objetivos definidos no Terceiro Pacote Energético, que

são o aumento da concorrência, a regulação eficaz e o incentivo ao investimento, em benefício dos

consumidores de eletricidade e de gás natural?!

Por isso, pergunto-lhe, Sr. Secretário de Estado, deu o Governo os meios, quer financeiros, quer humanos,

para que a ERSE possa exercer devidamente esta política de supervisão?

Será que o Governo consegue assegurar efetivas condições de concorrência que façam face aos quase

monopólios naturais que estão estabelecidos neste setor?

Por outro lado, a liberalização, requer, da parte do Governo, uma política de estabilidade regulatória e que

se conheçam os reais custos e proveitos do sistema, de forma transparente, nomeadamente ao nível dos

custos de infraestruturas e redes.

Se o Governo não assegurar tudo isto, provavelmente, o mercado continuará a ter várias deficiências ao

nível do seu funcionamento.

Repare-se que, por exemplo, os operadores mantêm uma quota, em termos de eletricidade e gás, onde

facilmente vemos que cada um «protege», de certa maneira, o seu status quo e a sua atividade.

Embora as notícias de hoje refiram que a quota de mercado da Galp até vai aumentando, por exemplo, em

relação à eletricidade, verificamos que não atinge os 5%, enquanto a EDP mantém a sua posição nesse

mesmo mercado da eletricidade.

O Governo precisa de ter um discurso, um programa, uma política clara para este setor, de modo a que

todos os agentes saibam o que pretende fazer durante um certo período.

É que o que interessa aos portugueses, Sr. Secretário de Estado, é saber se vão ou não ter mais

sacrifícios, mais aumentos, ao nível destes bens essenciais, que são o gás e a eletricidade, tanto para as

famílias quanto para as empresas. Portanto, é importante que o Sr. Secretário de Estado, hoje, aqui, deixe

isso claro e nos diga que as alterações que anunciou, ao nível dos CMEC, da revisão das eólicas, etc., ao

nível dessas tais rendas excessivas, são suficientes para nos garantir que o aumento, no próximo ano, vai ser

zero.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.