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I SÉRIE — NÚMERO 5

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De referir que este projeto obteve o parecer favorável da CRAP, que é a Comissão de Regulação do

Acesso a Profissões, onde têm assento todos os parceiros sociais.

O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr. Secretário de Estado, a quem aproveito para cumprimentar.

Dou, agora, a palavra ao Sr. Deputado Agostinho Lopes, do PCP.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado das Florestas e

Desenvolvimento Rural, aproveitando a sua presença, gostaria de perguntar, face à negativa da Comissão

Europeia, relativamente às tímidas propostas da Ministra da Agricultura para o setor do leite, que medidas

pensa o Governo tomar para resolver os problemas angustiantes dos produtores de leite portugueses.

Sr. Secretário de Estado, a apresentação desta proposta de lei, do regime dos subcentros de inseminação

artificial de bovinos — eu leio tudo —, bem poderá denominar-se uma manobra de diversão. O Governo quer

dizer que faz coisas no setor pecuário, quando, de facto, não está a responder a nenhum dos graves

problemas que atingem os criadores de gado portugueses.

Formalmente, uma portaria bastaria para respeitar a Constituição. Ou, então, porque é que esta lei não

pode ficar vertida num decreto-lei, Sr. Secretário de Estado?

Depois, na exposição de motivos da proposta de lei, o Governo diz-nos que a inseminação artificial é uma

técnica fundamental da produção animal, um recurso indispensável na conservação dos recursos genéticos,

uma técnica indispensável em matéria de saúde pública — e sublinho que, na sua aceção integrada, expressa

na máxima «uma só saúde» abrange a saúde humana e a saúde animal.

É verdade tudo o que diz a exposição de motivos.

Mas, então, Sr. Secretário de Estado, por que não responde o Governo às reclamações das Organizações

de Produtores Pecuários (OPP)? Porque não lhes paga o que lhes deve?

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Porque não lhes paga o que, por lei, lhes devia transferir, para que elas

possam responder à missão que lhes foi atribuída de saúde pública, que, como decorre da exposição de

motivos, é inseparável da saúde pública?

Portanto, repito a pergunta que ontem lhe fiz, Sr. Secretário de Estado: como é possível que, decorridos

nove meses de 2012, as OPP continuem sem saber como, quando e quanto vão ter para prestar o seu

relevante papel de serviço público?

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Ou vai o Estado recuperar essas funções?

Vozes do PCP: — Exatamente!

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Gostaria de dizer ao Sr. Secretário de Estado que acabou de chegar à

Comissão de Agricultura e Mar um pedido de audiência da união dos ADS (Agrupamento de Defesa Sanitária),

OPP e organizações agropecuárias do Centro para exporem a situação financeira das OPP, perante o atraso

de pagamentos do Estado, inclusive dos atrasos nos pagamentos de 2011.

Pergunto-lhe: o Ministério apresentou já algum plano de liquidação de pagamentos? Que vamos responder

a esta organização de OPP, Sr. Secretário de Estado, quando estiver em audiência na Comissão de

Agricultura e Mar?

Refere também a exposição de motivos, como critérios, a importância da inseminação artificial na

conservação dos recursos genéticos. Ora, esta necessária preocupação do Governo não tem correspondência

em matéria de preservação de raças autóctones desses animais, nomeadamente as bovinas.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.