31 DE OUTUBRO DE 2012
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Não há absolutamente nada de determinação externa na capacidade dos nossos exportadores ganharem
quota de mercado, venderem novos produtos e procurarem novos mercados.
Sr. Deputado João Galamba, sabe bem que não há qualquer pilar no Programa de Ajustamento que tenha
que ver com a preservação da banca.
O pilar está no Programa de Ajustamento, desde o primeiro momento, naturalmente, é a estabilidade
financeira. E o que é preciso é garantir que o sistema financeiro pode preencher de forma eficaz as suas
funções fundamentais, incluindo a provisão de serviços de pagamento e o financiamento da economia.
O padrão de ajustamento que se verifica em Portugal é, de resto, semelhante ao que se verifica nos outros
países que estão no processo de ajustamento deste tipo, como seja a Itália, a Espanha, a Grécia e a Irlanda,
e, consequentemente, não existe aqui uma peculiaridade portuguesa, sendo que, neste conjunto de países, o
desempenho comparativo de Portugal é favorável, como o Sr. Deputado João Galamba bem sabe.
Não existe, e é importante sublinhar isto com enorme enfase, qualquer insustentabilidade de dívida no
programa português, como, de resto, é testemunhado pelos documentos que são publicados pela troica e, em
particular, pelo Fundo Monetário Internacional.
O Sr. Deputado Pedro Filipe Soares disse que houve uma diminuição da progressividade do IRS e falou, a
este propósito, de inconstitucionalidade. Ambos os aspetos são incorretos: o IRS é, agora, mais progressivo,
porque a taxa média de imposto daqueles que têm maior capacidade contributiva aumentou. De resto, o Sr.
Deputado Pedro Filipe Soares recebeu as simulações que foram enviadas pelo Ministério das Finanças à
Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública.
Vozes do BE: — Oh!…
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Estavam erradas, Sr. Ministro!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — O Sr. Deputado Duarte Pacheco, como também o Sr.
Deputado João Pinho de Almeida, interroga a prioridade do controlo da despesa.
O Sr. Deputado João Pinho de Almeida, em particular, enfatizou que a verdadeira carga fiscal é
determinada pela despesa pública, sendo que corresponde a impostos hoje ou a impostos no futuro. A dívida
acumulada não é mais do que a despesa passada, no seu excesso, em relação à receita passada.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — E a especulação, Sr. Ministro?!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Portanto, os juros da dívida pública que o Deputado Pedro
Filipe Soares chama de abusivos não foram mais do que a forma de financiar a despesa passada, que não
creio tenha beneficiado do protesto dos Deputados do Bloco de Esquerda.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Quem aprovou o Orçamento foi o PSD!
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sabe quem aprovou o Orçamento base zero?
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Mas muito mais útil do que falar do passado é falar, como o
Sr. Deputado Duarte Pacheco e o Sr. Deputado João Pinho de Almeida, do futuro.
Efetivamente, ambos destacaram (e têm razão) que, na medida em que sejamos bem-sucedidos no
controlo da despesa, poderemos, naturalmente, a prazo, reduzir a carga fiscal, o que é muito importante para
criar condições para o crescimento e a criação de emprego.
O Sr. Deputado Duarte Pacheco — e peço-lhe desculpa de não poder ser exaustivo, na resposta às suas
perguntas — refere um aspeto que quero destacar, que é a importância do consenso alargado como ativo
fundamental para o sucesso do ajustamento em Portugal.