I SÉRIE — NÚMERO 18
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Há um pouco mais de um ano, quando Portugal foi a eleições, foi extraordinariamente importante que a
esmagadora maioria dos portugueses tenha optado pelos partidos que subscreveram o Memorando de
Entendimento e, portanto, o imperativo do ajustamento.
Protestos do Deputado do BE Luís Fazenda.
Essa característica distinguiu Portugal de muitos outros países e foi um ativo precioso durante todo este
período.
O Sr. António Filipe (PCP): — Os dos Açores já estão arrependidos!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Lançar o repto ao Partido Socialista para discutir
construtivamente as funções do Estado e os modos de funcionamento da Administração Pública, sem
preconceitos e com espírito de abertura, procurando tornar o nosso Estado social mais eficiente, mais eficaz e
mais sustentável, é uma forma de renovar esse consenso em torno do imperativo do ajustamento, que é
crucial para o sucesso do nosso processo de ajustamento.
O Sr. Deputado Honório Novo tem uma verdadeira obsessão pelas medidas contingentes.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E o senhor por aplicá-las!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Mas não me respondeu, Sr. Ministro!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Efetivamente, as medidas contingentes como o conceito,
como já repeti inúmeras vezes, fazem parte do Memorando de Entendimento e da Carta de Intenções, desde a
sua primeira versão.
No caso concreto…
O Sr. Honório Novo (PCP): — Oh!… Lá temos outro tabu!… Ó Sr. Ministro, desfaça-me esse tabu!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Tenha paciência, Sr. Deputado Honório Novo! Se esperar
com alguma tranquilidade, ouvirá a resposta.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Está bem, mas é difícil!…
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Neste caso concreto, não há qualquer espécie de mistério.
Estamos comprometidos, desde a resolução do Conselho de Ministros de agosto, que já foi repetida e
enunciada em público múltiplas vezes, estamos comprometidos em identificar 4000 milhões de euros de cortes
de despesa, a realizar em 2013 e 2014.
No contexto deste exercício, espera-se que seja possível encontrar reduções de despesa que possam
ocorrer já em 2013, pelo que, a realizarem-se, a serem necessárias estas medidas contingentes, Sr. Deputado
Honório Novo, elas serão predominantemente, ou até quase exclusivamente, do lado da despesa.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Está a ver? Não responde! Não responde!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Sr. Deputado Honório Novo, como anunciado, esperando,
tranquilamente, recebeu efetivamente a sua resposta.
Risos do PCP e do BE.
Vozes do PS: — Como é que é possível?!…