31 DE OUTUBRO DE 2012
93
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Relativamente à recapitalização da banca privada, o
montante de que fala o Sr. Deputado Honório Novo, de 7500 milhões de euros, é um montante que apenas
estará acumulado em outubro de 2013.
Efetivamente, estes fundos não estão disponíveis na sua totalidade neste momento, apenas são
acumulados, gradualmente, ao longo do tempo.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Isso é ali ao lado, para a bancada do PS…
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Relativamente à previsão das receitas, Sr. Deputado
Honório Novo, a sua justificação está claramente expressa no próprio relatório do Orçamento do Estado e
poderei discutir essa questão em detalhe, quando lhe for conveniente.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Era agora, Sr. Ministro! Agora é que era conveniente!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Relativamente a questão do subsídio de desemprego, não
há, no texto do quinto exame regular, qualquer alteração substancial nesta matéria, sendo, portanto, a questão
que levantou o Sr. Deputado José Luís Ferreira um mal-entendido, que, de resto, o Sr. Secretário de Estado
Adjunto e o Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social já tentaram resolver.
A última questão a que queria responder é uma questão enunciada pelo Sr. Deputado João Pinho de
Almeida, que, na sua última observação, falou de uma evolução diferente, relativamente ao previsto, do
cenário macroeconómico e da disponibilidade, por parte do Governo e por parte dos nossos parceiros
internacionais, para procurar soluções para essa evolução imprevista.
Também neste caso, Sr. Deputado João Pinho de Almeida, essa é a regra que está assente no
funcionamento do programa, desde o primeiro dia. Foi, de resto, o processo que foi usado na preparação do
quinto exame regular, em que os limites para o défice e a dívida foram adaptados.
Essa alteração é muito significativa e permite uma margem para o funcionamento dos estabilizadores
automáticos, que, neste ano de 2012, foi fundamental.
É, portanto, um exemplo no passado do tipo de prática sobre a qual interrogava o Sr. Deputado João Pinho
de Almeida.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — A Mesa regista mais cinco pedidos de esclarecimentos. Já indiquei os oradores
inscritos, pelo que dou a palavra à Sr.a Deputada Catarina Martins.
Protestos do PS.
Peço desculpa, Sr. Deputado João Galamba, não me tinha apercebido que sinalizou à Mesa um pedido de
palavra.
Faça favor, Sr. Deputado João Galamba.
O Sr. João Galamba (PS): — Sr.ª Presidente, é só para dizer que o qualificativo «salazarento» não diz
respeito, como é óbvio, ao Sr. Ministro, nem eu pretendo imputar ao Sr. Ministro das Finanças nem a ninguém
deste Governo qualquer tendência antidemocrática.
Refiro-me apenas a uma característica, que, aliás, vai para além do Ministro das Finanças e que é comum
a vários membros deste Governo, que é um acerta ideia achincalhante para os portugueses…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É uma intervenção, portanto. É uma nova intervenção!
O Sr. João Galamba (PS): — … em que se fala de Portugal como País honrado, que tem de recuperar a
honra perdida, e de uma certa apologia da pobreza que considero degradante.