24 DE NOVEMBRO DE 2012
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que a proposta de negociação do Presidente do Conselho, representava todavia, à partida, uma quebra do
Orçamento comunitário, abaixo do patamar insuficiente em que já se situa. Por isso, o PS entendeu aderir às
propostas aprovadas no Parlamento Europeu, que, se adotadas, determinariam um aumento do Orçamento
comunitário, e assim propôs no seu projeto de resolução sobre o tema, também aprovada pela Assembleia da
República.
Quanto ao projeto de resolução do BE, registando alguns aspetos positivos, mas também algumas
orientações irrealistas no atual quadro europeu, o Partido Socialista absteve-se.
O Partido Socialista não poderia deixar de votar contra o projeto do PCP, eivado de considerações hostis à
construção europeia e contrárias a políticas europeias que o Partido Socialista apoia e entende que devem ser
aprofundadas.
Os Deputados do PS, Vitalino Canas — Carlos Zorrinho — António Braga.
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1 — Os projetos de resolução n.os
503 e 504/XII (2.ª) apresentam avaliações e recomendações
relativamente ao Quadro Financeiro Plurianual 2014/2020 da União Europeia revelando posições não só
totalmente acríticas e subservientes relativamente à presente situação da União Europeia, como inteiramente
concordantes com o rumo federalista e neoliberal das políticas comunitárias.
Não há qualquer sobressalto político perante o desastre a que o País foi conduzido, sob as orientações dos
órgãos comunitários, Conselho Europeu, Comissão Europeia, Parlamento Europeu, Banco Central Europeu,
aliás, concretizadas em Portugal por sucessivos Governos PS e PSD, com ou sem CDS-PP.
Não há qualquer reflexão sobre as causas da profunda divergência económica, social e territorial que se
acentua na União Europeia, particularmente na última década e na zona euro, apesar das transferências dos
fundos comunitários.
Não há qualquer manifestação de indignação perante a intervenção e imposição dos órgãos e estruturas da
União Europeia, como a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, que, com o FMI na troica, ofende
gravemente a soberania e a independência nacional de Estados-membros.
2 — Apesar de o PCP subscrever algumas das recomendações presentes nos projetos de resolução, a sua
concretização em nada travaria ou evitaria o agravamento dos problemas do País, suscitados por políticas
comunitárias neoliberais e inadequadas e por um orçamento comunitário insuficiente e incompatível — mesmo
que tivesse o valor de 2013 e anterior QFP 2007/2013 como propõe a CE, ou, mesmo com mais 5% como
propõe o PE — com as necessidades dos Estados-membros menos desenvolvidos.
Por outro lado, muitas recomendações são contraditórias, insuficientes, ou mesmo negativas nas suas
formulações.
Mas, fundamentalmente, os projetos de resolução globalmente considerados contêm evidentes
contradições.
(i) A brutal contradição, que é também um exercício de refinada hipocrisia política, entre o que é colocado
como objetivos para os fundos comunitários, «coesão económica, social e territorial» (aliás, objetivo explícitos
da União Europeia no articulado dos Tratados) e as políticas em curso em Portugal e noutros países sob a
imposição da troica, onde pontificam a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (com a ratificação do
Conselho Europeu), que agravam agora, e ainda mais no futuro, a divergência entre os diversos Estados-
membros;
(ii) A brutal contradição entre um rumo da União Europeia que pretende acentuar significativamente o
federalismo (aliás, reforçando o comando do diretório das grandes potências, com a Alemanha à cabeça),
nomeadamente com o Tratado Orçamental e as tentativas para reduzir o Orçamento Comunitário, presente
nas várias versões dos órgãos comunitários do Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020, o que se traduzirá
por valores manifestamente insuficientes para colmatar os desenvolvimentos desiguais e divergentes dos
diversos Estados-membros, e incapazes de responder à crise económica e recessão em curso, como as que
se verificam na União Europeia;
(iii) A brutal contradição entre os objetivos afirmados do «projeto político europeu de retoma do crescimento
sustentável, da criação de emprego e do reforço da competitividade», e a proposta de redução do Orçamento