I SÉRIE — NÚMERO 25
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Gostaria ainda de lhe perguntar se é verdade ou não que existem processos judiciais na Alemanha e em
Portugal, que devem seguir o seu caminho no sentido de apurar se há ou não responsáveis. Podemos até
considerar que uma justiça é mais célere do que a outra. Nisso estamos de acordo. Mas o certo é que, na
Alemanha e em Portugal, há processos na justiça.
Com exceção da correção do sentido de voto por parte do Partido Comunista, tudo o que eu disse é a mais
pura e absoluta verdade.
A segunda questão que quero colocar-lhe tem a ver com a gestão das contrapartidas. Sr. Deputado, esta
Assembleia discutiu inúmeras vezes a questão das contrapartidas. Dizia o Sr. Deputado Basílio Horta: «O que
interessa nestes negócios é o preço de aquisição.» V. Ex.ª, na altura, concordou, como todos concordámos —
dissemo-lo em comissão — que o que interessava era o preço de aquisição.
Há um conjunto de exemplos segundo os quais as contrapartidas são difíceis de executar. A penalização
para o não cumprimento das contrapartidas até é reduzida, ou seja, estamos perante um caso em que o não
cumprimento das contrapartidas muitas vezes compensa. Mas esse é um erro genérico.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Termino, S. Presidente.
Volto a repetir que a Assembleia da República deve acompanhar o processo de contrapartidas. A
Assembleia da República, até porque foi extinta uma comissão de contrapartidas, que passaram para o âmbito
do Ministério da Economia, que entendeu, e bem, aplicar esses projetos em exportações, em industrialização
de valor acrescentado.
O que o Sr. Deputado tem de dizer — é esta a minha pergunta — é se tem alguma coisa contra
investimentos hoteleiros de qualidade,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É preciso ter «lata»!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … numa região que apresenta o maior índice de desemprego do País,
que tem vindo a perder quota de mercado e que é a nossa maior marca turística. Se o Sr. Deputado entende
que o aproveitamento dessas contrapartidas é mau, diga-o. Se disser que tem dúvidas quanto à execução das
contrapartidas, também tenho dúvidas.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Faça favor de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Termino, S. Presidente.
Mas, então, vamos averiguar, vamos investigar e vamos acompanhar a execução das contrapartidas. Não
venha é fazer demagogia em relação ao aproveitamento de dinheiros públicos em termos de contrapartidas.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para responder, trem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Hélder Amaral, de facto, está mal informado,
porque o PCP votou contra a Lei de Programação Militar…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Azar…!
O Sr. António Filipe (PCP): — … e precisamente este projeto de que estamos falar, entre outros, foi um
dos que estiveram na base do nosso voto contra, tendo em conta os encargos que, por causa desta aquisição,
iriam ocorrer até 2026.
Já esperava que o Sr. Deputado dissesse: «Mas isto já tinha sido decidido no tempo do Governo do Partido
Socialista». Estava decidido, Sr. Deputado, mas quem adquiriu os submarinos não foi o Partido Socialista,
foram os senhores. Azar o vosso! Se tivesse sido o Partido Socialista, estaríamos a criticar o Partido