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30 DE NOVEMBRO DE 2012

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Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, quero agradecer ao Sr. Deputado Paulo Sá, ao Sr.

Deputado António Leitão Amaro e ao Sr. Deputado Pedro Farmhouse as considerações e as questões que

colocaram.

Gostava de dizer que, de facto, não sei o que é que este Governo tem contra a legislação ambiental, mas

percebe-se que quer espremê-la de tal forma de modo a caber tudo num suposto estatuto de proteção que

depois se torna na coisa mais frágil do País.

A proposta que o Governo apresentou de Lei de Bases do Ambiente reflete isso mesmo. Ou seja, tornar os

pilares do quadro legislativo ambiental tão gerais, tão gerais, que lá cabe tudo e lá não cabe nada, é perigoso.

Julgo que nós, por via dos diferentes setores e das diferentes intenções que os Srs. Membros do Governo

vão manifestando, devemos estar muito atentos sobre, talvez, uma importância ainda mais relevante do que a

que atribuímos no início relativamente ao processo de Lei de Bases do Ambiente.

Por outro lado, quero dizer o seguinte: choca alguma coisa que uma determinada parte do País esteja

dentro de uma área protegida, seja REN e seja Rede Natura 2000 do País? Isto choca alguém? Ou seja,

choca alguém ter diferentes estatutos de proteção? É porque inclui valores de tal ordem que há uma

determinada área que congrega vários estatutos de proteção. Qual é o problema? É assim uma coisa tão

dramática?

Protestos do Deputado do PSD António Leitão Amaro.

O problema é os senhores dizerem que se sobrepõe e depois há áreas que não se sobrepõem em

absolutamente nada; há áreas que vão ficar completamente vazias, porque este é um estatuto de proteção

que vai remeter para a Lei da Água, para a Lei dos Solos, havendo áreas do País que vão deixar de ter

estatuto de proteção, em que entram os privados e constroem o que quiserem.

Sr. Deputado, aquilo que hoje, na REN, está sujeito a autorização, o Governo não quer que esteja sujeito a

autorização e passa a estar sujeito a uma mera comunicação. Isto não é normal, porque, à partida, os valores

da área não se deviam ter alterado, não é verdade? Ou seja, aquilo que queremos preservar continua lá, mas

tudo vai ficar fragilizado.

Isto demonstra, claramente, uma nítida desresponsabilização do Estado. Primeiro, porque se trata de uma

entrega e de uma cedência clara, também no quadro legislativo, a interesses privados, a quem este Governo

quer dar de bandeja — e não há dúvida absolutamente nenhuma sobre os diferentes setores que tem

anunciado — e uma clara desresponsabilização do Estado que se nota em tudo quanto é área do ambiente,

designadamente numa coisa fulcral para os estatutos de proteção dos nossos espaços com grande valor

ecológico, que tem a ver com a questão da fiscalização! É perfeitamente absurdo o desinvestimento que se

tem feito nesta área, porque, afinal de contas, temos estatutos de proteção no papel, os quais ainda queremos

diminuir mais e, na prática, não temos absolutamente nada. A política do Governo vai justamente contra

qualquer estatuto de proteção, e é isto que não conseguimos aceitar.

Por outro lado, é uma coisa muito esquisita o não envolvimento dos interessados, daqueles que todos os

dias trabalham no terreno nestes estatutos de proteção, na valorização destes mesmos estatutos,

designadamente associações ambientais, que não são chamadas a pronunciarem-se sobre uma intenção de

alteração de um regime desta natureza! Mas este Governo é esquisito!

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado João

Soares, do PS.

O Sr. João Soares (PS): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Vivemos um momento de grandes

dificuldades. Portugal, os portugueses, estão a sofrer cada dia que passa, de uma forma mais dramática,

essas dificuldades, com a agravante de que, desta vez, e ao contrário do que aconteceu em crises anteriores,