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30 DE NOVEMBRO DE 2012

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reproduz-se de geração para geração. Um jovem tende a reproduzir a violência a que assistiu em casa da

parte do pai e da mãe, ou de outros membros da família.

E, portanto, esta violência tem de ser combatida, essencialmente, através da prevenção. E prevenção

desde os bancos da escola, da mais tenra idade. Não basta fazê-lo já na adolescência. É necessário que

façamos com a violência de género, com a violência contra as mulheres, o mesmo que se fez com sucesso

com a sensibilização ambiental, em que hoje são os novos jovens, das idades mais tenras, que corrigem os

pais, através da separação dos lixos, do respeito pelo ambiente, do combate à poluição. Isso foi ganho. E foi

ganho nas escolas.

Porque o que nós estamos a fazer com todos aqueles que já têm maioridade, é tentar reverter um

computador que está programado no sentido errado. Estamos a tentar mudar um cérebro que já está

formatado. O que nós temos é que formatar os cérebros da mais tenra idade. E eu acredito que é aí, daqui a

14, 15 ou 16 anos, que veremos os verdadeiros resultados dessa ação de sensibilização ao nível das escolas.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Sr. Deputado, peço-lhe que conclua.

O Sr. Mendes Mota (PSD): — Concluo já, Sr. Presidente.

Queria também dizer que, quando se fala muitas vezes que fazem falta casas-abrigo, que deve haver mais,

devo dizer que é um conceito que tem o seu quê de errado. Porque quem devia sair das habitações são os

agressores. Não é a vítima.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Exatamente!

O Sr. Mendes Bota (PSD): — Há países, como a Áustria, em que não é permitido aos agressores

continuarem em casa. Portanto esse é que seria o caminho certo.

Agora, é evidente que sou pela autonomização económica das mulheres. É evidente que acho muito

positivo que, se não puderem ficar em casa possam arranjar uma habitação a custos sociais que estejam ao

seu alcance.

Finalmente, queria dizer que, infelizmente, em Portugal já temos muita legislação, mas temos que dar um

novo passo, temos de passar da legislação virada apenas para a violência doméstica para a violência contra

as mulheres.

Porque as mulheres que são vítimas no trabalho, na rua, também porque são mulheres, não estão

contempladas para aquilo que está virado para a violência dentro do seio familiar, dentro das quatro paredes

das casas. E este é o passo qualitativo; diria até quantitativo em termos jurídicos que o nosso País tem de

começar a dar.

Tal como eu disse, existem muitas formas de violência. O stalking: não está considerado. A violência

psicológica: difícil de provar.

Muito obrigado. Vamos à luta, porque isto é daquela de que vale a pena dizer: «a luta continua».

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Heloísa Apolónia, de Os Verdes.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Os Verdes, com esta

declaração política, pretendem alertar todos os Deputados para uma questão gravíssima, confirmada pela Sr.ª

Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, que se prende com a extinção

da Reserva Ecológica Nacional (REN).

Com efeito, este mês, em entrevista ao jornal Expresso, a Ministra do Ambiente declara que «A REN, por

si, irá desaparecer». É a declaração expressa de morte da Reserva Ecológica Nacional.

A REN foi criada, em 1983, com vista à proteção dos recursos naturais, como a água e o solo, para

favorecer a conservação da natureza e da biodiversidade e para melhorar a gestão do território. Esta reserva