10 DE JANEIRO DE 2013
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O que é que falta, Sr.ª Deputada? É isto que temos de perguntar ao Governo, e a Sr.ª Deputada, como
membro de um grupo parlamentar que suporta o Governo, tem uma responsabilidade acrescida em esclarecer
esta questão.
Todos nós sabemos — há um estudo que o comprova — que tratar um doente nos cuidados continuados,
além de trazer grandes vantagens para as pessoas, traz vantagens em termos económicos: é mais barato
tratar uma pessoa nos cuidados continuados do que no hospital de agudos.
A Sr.ª Presidente: — Queira fazer o favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Termino já, Sr.ª Presidente.
Sabemos que, nos cuidados continuados, custa entre a 40 € a 110 €, enquanto nos hospitais de agudos
custa entre 300 € a 400 €. Ora, numa altura em que todos precisamos de fazer contenção, penso que este é
um elemento fundamental que devemos valorizar.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, tem a palavra para responder.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, não resisto a dizer que, neste debate, as
intervenções foram feitas por mulheres. Por algum motivo será e apraz-me, sem qualquer tipo de sexismo,
registar esse facto.
Agradeço a pergunta da Sr.ª Deputada Maria Antónia Almeida Santos e, face às palavras simpáticas que
me dirigiu, gosto de dizer que ninguém faz nada sozinho. Portanto, tenho o privilégio de trabalhar, felizmente,
quer no Parlamento quer noutras realidades, com excelentes equipas.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Como a Sr.ª Deputada disse, a preocupação com os cuidados
continuados perpassou na minha intervenção. Ora, a primeira clarificação que gostaria de fazer, até como
clínica que me orgulho de ser, é que a indicação para cuidados continuados e paliativos será sempre, e em
primeiro lugar, clínica. E desta bancada, que se honra de apoiar o Governo, nunca ouvirá que a indicação para
cuidados continuados e paliativos tem a ver com constrangimentos económicos e com uma forma de
poupança.
Portanto, quero salvaguardar que, como sempre dissemos, o que pretendemos é tratar melhor e com mais
humanismo, com resultados de maior eficiência, mas não com base numa mera política economicista de
poupança.
Nessa medida, queríamos dizer que muito se fez, numa prática de seis anos, ao anunciar a abertura de
camas sem que houvesse a devida salvaguarda de sustentabilidade económica, o que fez com que este
Governo encontrasse uma situação muito difícil na área dos cuidados continuados, com dívidas e com falta de
financiamento para sustentar o desenvolvimento das camas anunciadas.
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Não falei de camas, falei de vagas!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Portanto, não vindo eu aqui anunciar medidas do Governo, o que
posso garantir é que haverá uma grande diferença: o anúncio de camas ou de outras equipas, nomeadamente
no âmbito domiciliário, por este Governo será feito com cautelas e sustentabilidade por forma a não criar falsas
expetativas nem ilusões que, nos últimos anos, muito prejudicaram os portugueses!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!
Protestos da Deputada do PS Maria Antónia Almeida Santos.