I SÉRIE — NÚMERO 47
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Aplausos de alguns Deputados do PCP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês
Teotónio Pereira.
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados, Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social, a questão que quero colocar-lhe é sobre a
proteção de crianças e jovens, ou seja, sobre a ação das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, quer
no que se refere ao passado quer no que se perspetiva para o futuro.
Em nosso entender, e acredito que este seja o entendimento consensual, a proteção de crianças e jovens é
um das principais obrigações do Estado. Por isso, é fundamental que exista uma visão estratégica e um plano
concreto, onde possam estar demarcadas as prioridades, as fragilidades do sistema, que devem ser
corrigidas, e até as metodologias.
Acreditamos que é essencial, para que esta função do Estado seja eficazmente cumprida, que haja uma
monotorização rigorosa da ação das CPCJ, uma metodologia transversal em todo este processo e uma
intervenção de proximidade que se traduza em resultados concretos, que, na maioria dos casos, são de
natureza preventiva, ou seja, grandes vitórias na proteção de crianças e jovens são prevenir negligência, os
maus-tratos, o abandono escolar e de tudo isso. Mas para isso é essencial que exista uma preocupação de
proximidade com cada caso.
Outra fase essencial é a da sinalização. Ainda nesta semana todos assistimos ao desfecho dramático do
caso de duas crianças que tinham sido sinalizadas.
A questão que colocamos é esta: até onde podem ir as CPCJ para prevenirem casos como estes, e, se não
puderem, o que podem fazer dentro das suas competências?
Sr. Ministro, ontem mesmo, aqui, no Parlamento, o Juiz Armando Leandro, Presidente da Comissão de
Proteção de Crianças e Jovens, garantiu que não existiam falhas no sistema mas, sim, falhas na sua
concretização.
Dizia ele que é importante fazer um aperfeiçoamento técnico e operativo para todo o tipo de intervenção no
âmbito da proteção, mas, mais do que isso, que é imperativo que a comunicação entre todos os agentes do
sistema seja clara, completa e célere, por forma a que exista melhor coordenação entre os vários agentes.
Sendo assim, Sr. Ministro, a minha pergunta é a seguinte: o que é que a tutela tem feito e pretende ainda
fazer no âmbito da atuação das CPCJ no que respeita à monotorização, à sinalização e à coordenação entre
os vários agentes que atuam em prol da proteção das nossas crianças e jovens?
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Solidariedade e da
Segurança Social.
O Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr. Presidente, respondo no fim de todos os
pedidos de esclarecimento.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Então, vai ter de responder a nove pedidos de esclarecimento, mas
tudo bem.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Ele não está habituado a responder! É só falar! Só falar!…
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Então, para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado
Mário Ruivo.