I SÉRIE — NÚMERO 47
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de 1200 milhões de euros, como o Tribunal de Contas já veio apontar na execução financeira desse mesmo
ano.
Por isso mesmo, Sr. Deputado, quero dizer-lhe, relativamente à pergunta que fez, que, de facto, estamos
absolutamente empenhados em reduzir as despesas de administração, reduzir as despesas burocráticas da
segurança social, internalizar respostas, Sr. Deputado.
Como sabe a resposta do call center era uma resposta que era feita fora da segurança social, contratando
recursos humanos fora da segurança social, muitas vezes sem uma capacidade efetiva de resposta porque os
processos estavam na segurança social e o conhecimento está nos técnicos da segurança social. Pedimos
esse esforço adicional aos técnicos da segurança social e foi, de facto, possível responder a estes mesmos
desafios.
Para terminar, Sr.ª Deputada Inês Teotónio Pereira, gostaria de lhe dizer que estamos neste momento a
reforçar os efetivos nas CPCJ. Pela primeira vez, aconteceu uma reunião interministerial com a saúde e com a
educação que permitiu encontrar um conjunto de respostas e colocar mais técnicos das áreas da saúde e da
educação nas CPCJ.
Porém, ainda não estamos contentes, queremos reforçar esta área em cerca de mais 200 técnicos, usando
para isso também um conjunto de programas que hoje existem, como a iniciativa Impulso Jovem, a fim de
podermos, efetivamente, reforçar a capacidade de intervenção no terreno dessas estruturas tão importantes.
E, Sr.ª Deputada, concordo consigo: é importante que uma matéria como esta seja consensual nesta Câmara.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sónia
Fertuzinhos.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr. Presidente, Srs. Ministro Srs. Secretário de Estado, Sr.as
e Srs.
Deputados: Sr. Ministro Pedro Mota Soares, infelizmente, o PS tem de repetir, neste debate, o que já lhe disse
em diversos debates. O Sr. Ministro é um Ministro deste Governo mas não é o Ministro da Solidariedade e da
Segurança Social que o País precisa e que a situação que atravessamos impõe como necessário. E gostava
de reforçar a fundamentação desta afirmação e convicção do PS em quatro pontos essenciais.
Primeiro, sobre a sustentabilidade da segurança social. Na pasta que ocupa, a sua primeira
responsabilidade é de defender a confiança do País na segurança social, é ser rigoroso quando fala sobre a
sustentabilidade da segurança social, é contribuir e defender no seu Governo a sustentabilidade da segurança
social.
O Sr. Ministro Pedro Mota Soares faz exatamente o oposto, ignorando os dados do Relatório sobre o
Envelhecimento de 2012, da Comissão Europeia, que de resto o seu Governo utilizou e aceitou como bons, no
Documento de Estratégia Orçamental de maio de 2012. O que diz esse relatório e o Documento de Estratégia
Orçamental deste Governo? Diz que, segundo as mais recentes projeções para as despesas com pensões,
saúde, cuidados continuados, educação e desemprego até 2060, em relação às despesas em 2010, a
despesa com pensões estabiliza em 2020 e desce a partir daí.
Por isso, ao contrário do que se pensa e do que o Sr. Ministro tenta convencer os portugueses, o problema
da segurança social hoje é de curto prazo, por causa de crise e da espiral recessiva em que o Governo
colocou o País, e não de longo prazo.
Segundo, sobre o apoio aos que mais precisam. O Sr. Ministro sabe com certeza que Portugal reduziu,
desde 1995, o risco de pobreza da população com mais de 65 anos para praticamente metade. Fomos, de
resto, o país da União Europeia que mais reduziu o risco de pobreza dos mais idosos. Mas o Sr. Ministro
também sabe, e não posso admitir que não saiba, que o complemento solidário para idosos foi, nos últimos
anos, um instrumento poderosíssimo no combate à pobreza dos idosos mais pobres, desde logo porque
sujeito a condição de recursos.
Pois bem, o que é que foi publicado e concretizado na semana passada? O corte do complemento solidário
para idosos. Mas se esta sua opção é grave, tenho que dizer que não há palavras para qualificar o facto de ter